31/01/2025
Fátima, Walter, Allyson e Zenaide: a janela que foi aberta em Mossoró
Jogado às traças pela direita no Rio Grande do Norte, ignorado pelo grupo comandado pelo senador Rogério Marinho, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, vive mais uma vez o momento 'menino pobrezinho', como foi identificado pela então prefeita Rosalba Ciarlini.
A resposta ao ataque foi dada pela população que deu a Allyson a vitória que ninguém imaginava, imprimindo ao tradicional rosadismo mossoroense, uma derrota histórica em 2020, repetida em 2024 com a reeleição do prefeito que obteve quase 80% dos votos do eleitorado.
A soberba da direita, que faz até mesmo quem se diz apoiador de Allyson, bradar nas varandas chiques do verão potiguar, que 'a vez dele não chegou, que ele é muito jovem e tem tempo pela frente", está fazendo surgir no estado uma união até pouco tempo inimaginável.
Há poucos dias escrevi aqui sobre a união do presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira com o vice-governador Walter Alves, ressaltando que, como aconteceu em 2022, eles seguirão juntos em 2026, "em um barco que pode caber o inimaginável".
O inimaginável pode ser exatamente o 'menino pobrezinho' de Rosalba Ciarlini, o 'jovem sem experiência' como está sendo tachado pela direita.
Uma possível união que vinha sendo discutida a sete chaves, ganhou as páginas com a chegada da governadora a Mossoró ao lado do seu vice Walter Alves e do ministro Jader Filho, "parça" de Walter desde sempre.
Na cidade para inaugurar um projeto de moradias populares, Fátima e Walter circularam com Allyson incomodando a direita que não aposta - ou não vinha apostando - um real no prefeito de Mossoró.
Diferente de outras vezes que foi a Mossoró sem ter contato com Allyson, dessa vez Fátima até puxou o prefeito ali para mais perto...
A
A inauguração em Mossoró foi um passo dado, que ainda carece de muitas conversas e articulações.
Hoje Allyson, no União Brasil de Agripino e Paulinho Freire, é alinhado com o PSD da senadora Zenaide, e é apontado como pré-candidato a governador.
Walter Alves, do MDB, como vice de Fátima é um nome natural para ser o cabeça de chapa, pela posição que ocupa.
Mas ninguém ganha eleição sem juntar, e isso, se a união for par prosperar, eles terão que conversar muito.
Porque nessa janela aberta em Mossoró, cabe tudo.
Cabe uma candidatura de Walter com Allyson como vice. Como uma possível eleição de Walter não daria direito à reeleição, já que ele estaria num segundo mandato (no caso da governadora Fátima renunciar para disputar Senado) e Allyson seria o candidato natural a governador, após cumprir mandato de vice.
Cabe também uma candidatura de Allyson, com Walter ou voltando para federal ou para estadual, nesse caso buscando o projeto que se desenhou anos atrás, sendo atropelado pelo ex-deputado Ricardo Motta: de tentar a presidência da Assembleia.
Mas, tudo isso ainda carecendo de muita conversa e muito amadurecimento, e com padrinhos fortes como o ministro Jader Filho, e até do presidente Lula, por trás.
O que aconteceu em Mossoró foi um primeiro passo.
Os próximos passos dirão mais alguma coisa.