A visita da jornalista Anna Karla Fontes a Xiquinho, na última reportagem da vida dele

Da jornalista amiga Anna Karla Fontes, sobre o encontro com o estilista/costureiro Xiquinho, em dezembro passado, para a última reportagem, que foi publicada no portal Saiba Mais.

O retorno que não fiz

A notícia da morte de seu Francisco Pereira da Silva, famoso como Xikinho, condecorado como “tesoura de ouro”,  o alfaiate dos 10 entre os 10 homens mais elegantes da cidade, mais do que surpreender, me faz lembrar da lista das “coisas que gostaria de fazer”e ainda não fiz.

Revisitá-lo estava na lista, pois nosso contato foi rápido: o tempo suficiente para as perguntas necessárias a um dos personagens da minha reportagem sobre o centro histórico de Natal.

Mas, longo o suficiente para me constranger diante da pausa no dia de um profissional altamente requisitado, que interrompeu os seus afazeres e me recebeu com tanta gentileza, demonstrando ter todo o tempo do mundo, que lhe prometi retornar  para simplesmente prosear no seu ateliê.

“Todos os dias boto a prosa em dia com meus amigos, isso faz parte da vida”, disse com o bom humor e a tranquilidade que lhe eram característicos.

Além de prometer voltar, retornaria com a colega Thaisa Galvão, pois seu Xikinho seria personagem do seu podcast. 

Ele tinha um amor desmedido pelo lugar que desde jovem escolheu para se instalar: apesar do assalto que sofreu no entorno, jamais desistiu de trabalhar no centro de Natal, mais exatamente nas salas 103 e 104 do edifício Barão do Rio Branco e enquanto o prédio estava em obras, ele as visitava diariamente, ansioso pela mudança.

“Aqui sou feliz e faria tudo de novo. Não vou sair nunca”, contou. Seu Xiquinho resistiu às propostas de transferir seu ateliê para prédios mais modernos porque amava o centro e os amigos de uma vida, comerciantes e empresários. Pessoas que assim como o centro de  Natal, também resistem.

Fotos Anna Karla Fontes 

Anninha não tirou a famosa selfie com Xiquinho...

Eis Anninha.