06/09/2023
Ministro do STF apontado como ‘dos mais bolsonaristas’, diz que prisão de Lula foi ‘armação’ e ‘dos maiores erros judiciários da história do país'
O bolsonarismo está muito irritado.
E o que é pior: irritado com os seus.
Considerado dos mais bolsonaristas entre os ministros do STF, o ex-presidente da Suprema Corte, Dias Toffoli, afirmou em despacho nesta quarta-feira, 6, que a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos 'maiores erros iudiciários da história do país'.
Já pensou o que significa isso para um bolsonarista em plena véspera de 7 de setembro, data em que a txurma do 'deus, pátria, família' mais sonhou com um golpe de estado?
Data em que a facada do 'mito' Jair Bolsonaro completa 5 anos?
Toffoli não poderia fazer isso com essa turma.
Logo ele que no final de janeiro de 2022, quando se traçava a reeleição do presidente, passou um final de semana curtindo o verão da praia de Pirangi, como convidado do então ministro mais próximo de Jair, o potiguar Fábio Faria.
Fábio recebeu o ministro Dias Toffoli em sua casa do condomínio Porto Brasil, onde nos últimos 4 anos costumava receber amigos que brindavam no ritmo do 'deus, pátria, família', do 'supremo é o povo', de 'mito', de 'bolsonaro honesto' e de 'melhor presidente do Brasil'..
Pois foi o ministro que curtiu o verão no espaço que vivia esse clima, que disse hoje que a prisão de Lula foi 'uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado'.
"Digo sem medo de errar, foi o verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as instituições e ao próprio STF. Ovo esse chocado por autoridades que fizeram desvio de função, agindo em conluio para atingir instituições, autoridades, empresas e alvos específicos", ressaltou o ministro do STF em seu despacho que irritou os bolsonaristas.
"Sob obietivos aparentemente corretos e necessários, mas sem respeito à verdade factual, esses agentes desrespeitaram o devido processo legal, descumpriram decisões judiciais superiores, subverteram provas, agiram com parcialidade e fora de sua esfera de competência. Enfim, em última análise, não distinguiram, propositadamente, inocentes de criminosos. Valeram-se, como já disse em julgamento da Segunda Turma, de uma verdadeira tortura psicológica, um pau de arara do século XXI, para obter "provas" contra inocentes", completou o ministro.
Para os patriotários, o 7 de setembro não vai ser legal.