27/08/2023
Operação que envolveu ‘Bolsonaro Júnior’ pode ser só o que a PF precisava para completar investigação aberta em 2021
A operação que envolveu o zero 4 de Jair Bolsonaro, o filho Jair Renan, que se identifica nas redes sociais como 'Bolsonaro Júnior', pode ser apenas o começo do fio da meada.
Como aconteceu com a operação para investigar a falsificação de cartões de vacina.
Tinha gente que dizia que o caso dos cartões de vacina era uma besteira.
Mas foi fácil identificar que a investigação queria só entrar pelos cartões para descobrir mais. A vacina foi só o cartão...de visitas para o que mais foi encontrando pela frente.
A operação que envolve Bolsonaro Júnior agora pode ser só o início de uma história a ser desenrolada.
O zero 4 e uns amigos com passagens pela polícia estão no foco de uma investigação por lavagem de dinheiro.
Bolsonaro Júnior fazia lobby no governo do pai, e um dos casos que virou notícia, mas que ainda carece de apuração, tinha como foco também, lavagem de dinheiro.
Quem se lembra aí que a Polícia Federal começou a investigar Jair Renan no começo de 2021, por 'suposta lavagem de dinheiro e tráfico de influência'?
Segundo as investigações da época, que ninguém AINDA está comentando, o filho de Bolsonaro teria ganhado um carro elétrico de 90 mil reais, de representantes da empresa Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, exatamente um mês depois de ter articulado, via assessor especial da presidência, uma audiência dos empresários com o então ministro Rogério Marinho?
O inquérito policial estava à época na Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal.
Antes do caso ser silenciado, o então ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, chegou a ser alvo de requerimento de deputados federais, que pediam esclarecimentos sobre reuniões feitas com o grupo de mineração e sobre benefícios fiscais concedidos à holding no último ano.
Os deputados Rogério Correia (PT-MG), Erica Kokay (PT-DF), Marcon (PT-RS) e Leonardo Monteiro (PT-MG), pediam que Rogério Marinho explicasse à Comissão de Trabalho, Administração e Serviços públicos os benefícios fiscais concedidos desde 2019 à empresa.
No requerimento os parlamentares solicitavam de Rogério a "exposição dos critérios e metodologia para concessão de benefícios fiscais pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, bem como em relação à concessão do benefício fiscal relativo a 75% do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, válido até 2028 à empresa Gramazini Granitos e Mármores Thomazini”.
O advogado de Jair no caso foi Frederick Wassef, que negou que ele tenha recebido o veículo. Disse em entrevistas que não tinha carro nenhum e que aquilo era mais um ato para atingir o presidente da República.
Só que, segundo reportagem do Globo da época, um parceiro comercial de Renan chamado Allan Lucena, teria andado dizendo que havia recebido um carro elétrico da empresa Neon Motors, ligada ao grupo minerador. Um vídeo divulgado na ocasião mostrava Lucena saindo do tal carro.
Portanto, a operação que envolveu agora o zero 4 de Jair Bolsonaro, pode ser só mais uma porta para encontrar mais detalhes e envolver mais pessoas do que foi iniciado em 2021.