07/06/2023
Série de inelegibilidades visa livrar grandes prefeituras da mesma invasão da extrema direita no Congresso
Ninguém estranhe a série de inelegibilidades que pode estar só começando na política do Brasil, começando.
Com a extrema direita bolsonarista enchendo o Congresso, a salvação da esquerda e do centrão para garantirem sobrevivência, será atuar fortemente junto ao judiciário, para promover uma limpa e evitar a ocupação de bolsonaristas nas grandes prefeituras e próximos governos estaduais.
A série começa com a inelegibilidade do próprio Jair, marcada para começar no dia 22 (22 é Bolsonarooooo), e se estender, caso necessário, pelos dias 27 e 29.
Com a decisão desfavorável, Bolsonaro suba e desça e de voltar a conviver com as emas do Palácio da Alvorada em 2026, se esqueça.
E quem seriam - ou serão - os próximos?
-Ricardo Salles, o ex-ministro do meio ambiente que assumiu com uma condenação em primeiro grau sob acusação de 'lavagem' de produtos florestais e uso de documentos falsos. Acusado de exploração ilegal de madeira.
Todo encalacrado, mas eleito deputado federal, Salles era até poucos dias atrás, o nome do esfacelado grupo de Bolsonaro para disputar a Prefeitura de São Paulo.
Assustado com o que pode estar por vir, com medo de perder o mandato, Salles deu uma debreada e disse que não é mais candidato. Pode até ainda querer ser ali na frente, e tenta enganar os bestas dizendo que desisitiu, para não 'ser visto' pela justiça.
Salles não será candidato mais, e não só porque não quer. Não será porque não vai poder. Deverá perder o mandato e a elegibilidade.
Ganha a Prefeitura de São Paulo se livrando de Ricardo Salles.
-Flávio Bolsonaro, o filho zero 1 de Jair, é o nome do esfacelado grupo para ser prefeito do Rio de Janeiro. Jair jura que ele não será candidato, mas há quem não acredite no que Bolsonaro diz. Apontar Flávio como 'fora da disputa', é livrar o senador que responde pelo esquema milionário de rachadinhas, dos olhos do judiciário.
E é exatamente para evitar que Flávio se declare na última hora, se valendo ainda do eleitorado dividido e dos bolsonaristas que fecham os olhos para Jair, que o zero um poderá ficar inelegível.
-Nikolas Ferreira, deputado mais votado do país, e o mais bolsonarista de todos. Foi eleito por Minas Gerais e pode ser o nome do esfacelado grupo para a Prefeitura de Belo Horizonte. Uma possível candidatura que deverá morrer antes de ser plantada com a inelegibilidade de Nikolas.
Nikolas está respondendo a processos no Conselho de Ética da Câmara por crimes de transfobia e importunação sexual.
Ficando inelegível por 8 anos, nem poderá ser prefeito em 2024 nem governador em 2026.
-Rogério Marinho, senador do Rio Grande do Norte e ministro mais próximo de Jair quando ocupava o cargo de presidente.
Responde a processo com base em denúncia quando ainda era vereador. O juiz Bruno Ribeiro Dantas o condenou em primeiro grau, à inelegibilidade por 8 anos, que só se concretizará se o Tribunal de Justiça do RN acatar a decisão.
Rogério já adiantou que vai ser candidato a governador em 2026, porém, se ficar inelegível, não poderá disputar o cargo.
Na decisão do juiz, há também a condenação em primeiro grau de perda do mandato. Mas nesse caso, a sentença só será concretizada com o trânsito em julgado, o que poderia acontecer depois de cumprido todo o mandato.
Mas a dor de cabeça de Rogério pode virar enxaqueca, já que as acusações contra ele não serão resumidas a esse processo. O uso do governo Bolsonaro para se eleger senador ainda pode tirar a paz de Rogério.
-Michelle Bolsonaro, a ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, é o nome do marido para tentar garantir que ele, mesmo inelegível, possa voltar a conviver com as emas do Palácio da Alvorada.
Alem das transações financeiras através de cartão de amiga, dos depósitos em sua conta feito por auxiliares do governo - e lá atrás por Fabrício Queiroz.
Além de assédio a funcionárias, Michelle pode responder por apropriação indébita e corrupção.
Já andando pelo Brasil afora pensando em ser presidente, Michelle poderá ficar inelegível. Terá as 'pernas cortadas' tanto para 2026, como também para 2024. Vai que, na falta de um nome forte para uma Prefeitura forte, Michelle acabe sendo a grande saída...
A lista pode aumentar...