Inconformados com derrota de Bolsonaro protestam e pedem volta do governo militar. Muitos não sabem pelo que estão lutando

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O presidente Jair Bolsonaro ainda tem dois meses de governo mas seus eleitores querem intervenção militar.

Intervenção ao governo dele?

Os movimentos pelo Brasil afora, dos inconformados com a derrota de Bolsonaro,  vem sendo organizados e patrocinados por grupos ligados ao Palácio do Planalto, e as pessoas que vão para as ruas, muitas delas, não sabem nem pelo que realmente estão lutando.

Veja esse vídeo gravado em Bacabal, no interior do Maranhão.

Exemplo claro de gado que vai sendo tangido pelos vaqueiros com chicote.

A posição desse senhor desse vídeo me remeteu a um movimento do MST, num movimento em Natal, quando me aproximei e comecei a gravar com os participantes perguntando o motivo da mobilização e pelo que eles estavam lutando.

Nenhum soube me dizer NADA.

O que está acontecendo no Brasil hoje é algo muito parecido.

E com um detalhe: com trabalhadores sendo obrigados a participar sob pena de perderem suas rendas.

Como comprovam esses vídeos.

Em Natal, pessoas que não tem noção do que seja uma intervenção militar, pedem e rezam por intervenção militar, na frente do quartel do Exército.

Lembrando que a intervenção militar de 1964 resultou em um longo período de ditadura. Logo essas pessoas lutam e rezam pela volta da ditadura.

Rezam e lutam pela CENSURA que há poucas semanas estavam condenando, rezam e lutam por VIOLÊNCIA E AUTORITARISMO, mesmo pregando uma tal de liberdade, rezam e lutam por TORTURA.

Descargas elétricas violentas nas orelhas, no ânus, na vagina e no pênis dos torturados marcaram o período que felizmente chegou ao fim, mas que muitos brasileiros estão clamando que volte.

Mas vão chover no molhado.

Depois do fim da ditadura e com a promulgação da Constituição Federal Brasileira, em 1988, a intervenção militar passou a ser proibida, inconstitucional e qualquer movimento nesse sentido configura um golpe de Estado. 

Portanto, o que os manifestantes rezam e lutam, não tem amparo legal.

O engraçado é que mesmo gritando e até AUTORIZANDO a intervenção militar, essas pessoas rezam o Pai Nosso.

Pai Nosso que diz “seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”.

E a vontade do Pai Nosso que está no Céu foi feita, agradando uns, desagradando outros.

A democracia com liberdade diz que o caminho é aceitar.

E protestar de outra forma, fazendo oposição legal e responsável como reza a democracia.

Sem importunar Deus.

Sem importunar trabalhadores.