22/07/2022
O tiro no pé de Fábio Faria e Rogério Marinho para segurar o PP na coligação poderá levar grupo de Beto e Rosalba a atuar ‘debaixo do pano’ em favor de Fátima e Rafael Motta
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Sabe aquela coisa que diz que voto se conquista?
E conquista não é obrigação.
Depois do piti do pré-candidato a governador Fábio Dantas (SD), por não ter conquistado a simpatia do PP, o ex-ministro e pré-candidato a senador Rogério Marinho (PL) acionou o ministro Fábio Faria, do PP, que está passando uns dias de relax no Porto Brasil, e Fábio acionou o ministro Ciro Nogueira, mandatário do PP no Brasil, que deu uma chave de roda de entortar até o pensamento no deputado Beto Rosado, presidente do PP no RN.
E obrigou o PP local a entregar o tempo de rádio e TV ao Solidariedade de Fábio Dantas, partido que derrotou Rosalba Ciarlini e o grupo de Beto em Mossoró nas eleições de 2020.
Abortaram a tese de que política é um fato local e destespeitaram Beto como deputado e como presidente de partido.
Mexeram na ferida e o que poderiam ser votos conquistados, poderão ser votos perdidos.
Hoje, em entrevista a Saulo Vale, em Mossoró, Beto já disse que não vota em Fábio.
Não vai nem à convenção do Solidariedade porque não tem o que fazer lá, reafirmando que não vota no candidato da oposição.
“Chance zero. A prioridade do Progressistas é a nominata a federal. O fato do meu partido fazer parte da coligação é só pela questão do tempo de rádio e de TV, como pediu a nacional”, disse Beto hoje.
Não pediu. Mandou.
E Beto teve que obedecer sob pena de nem ele mesmo receber o fundo eleitoral para sua candidatura à reeleição.
A operação terá efeito contrário, e o maior operador, Fábio Faria, sabe muito bem.
Conhece muito bem o poder do voto por baixo do pano do grupo de Beto e Rosalba.
Em 2014, Rosalba, que tinha tido Robinson como seu vice e depois virou desafeto, para não votar em Henrique Alves, que em Mossoró estava no grupo adversário, votou em peso por baixo do pano em Robinson, que ganhou de lavagem em Mossoró.
Por baixo do pano sim, porque até então Rosalba e Robinson eram rompidos. Mas a outra opção, que era Henrique, estava no palanque oposto em Mossoró.
Hoje o grupo de Fábio e Rogério confia na altíssima popularidade do prefeito Allyson Bezerra em Mossoró, mas parece esquecer que, eleitoralmente, existe um outro lado.
Allyson se elegeu com 47,52% dos votos, mas Rosalba teve 42,96%.
Pode já ter desidratado um bocado, mas ainda mantém um grupo fiel e que sabe fazer campanha por baixo do pano.
Sem contar que as pesquisas apontam uma governadora Fátima Bezerra liderando com folga em Mossoró, e um Fábio Dantas precisado do ‘milagre de Allyson’.
O tiro de um Fábio ministro pode ter sido certeiro, mas no pé do outro Fábio, o candidato.
Detalhe: a candidatura de Rogério a senador será afetada em cheio pela articulação com cheiro de armação para segurar os minutos de rádio e TV.
Beto pode até não falar, já que vem tendo Rogério como forte aliado, e há quem garanta até que o tal orçamento secreto denunciado, que pôs em xeque a gestão de Rogério no Ministério do Desenvolvimento Regional, chegava ao Rio Grande do Norte via gabinete de Beto.
Mas quando o assunto é se eleger, salve-se quem puder e tchau confiança, adeus gratidão.
E o ‘por baixo do pano’ do grupo de Beto e Rosalba, poderá trabalhar com força contra Fábio Dantas e até em favor de Rafael Motta.
Rafael pode ser o diferencial que o grupo de Beto e Rosalba poderá apresentar ao Rio Grande do Norte.
O ‘nem Rogério nem Carlos Eduardo’, que está pegando, poderá imprimir ao grupo de Mossoró o DNA de uma possível vitória de Rafael.
É pagar pra ver.
Fábio e Rogério podem ter se engasgado com uns minutinhos na TV, que hoje já são substituídos por um marketing bem feito nas redes sociais.
Já o voto depositado na urna não poderá ser alterado nem substituído.
A menos que Bolsonaro e seus dois ministros potiguares consigam convencer a justiça eleitoral que ela é desonesta e pratica fraudes nas eleições.
Mas aí é outra história…