Beneficiário antigo do Bolsa Família de Lula não acredita nos auxílios de Bolsonaro

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Da coluna Painel, na Folha deste domingo:

O Auxílio Brasil não parece convencer o público para o qual ele é destinado.

É que esse público é formado por pessoas que recebiam o Bolsa Família e viram o programa criado no governo Fernando Henrique Cardoso e ampliado e reformado nos governos Lula - seguido nas gestões Dilma - durar 18 anos, e ser literalmente deletado pelo governo Bolsonaro.

Com a pandemia e o desemprego, Bolsonaro criou o Auxílio Emergencial de 600 reais, que se não fosse a oposição no Congresso, teria sido de apenas 200 reais.

Um assunto que nunca deixou de ser acompanhado pelo público interessado, que assistiu mais um fim: o do Auxílio Emergencial, substituído pelo Auxílio Brasil, que tem prazo de validade. Uma enganação para quem viu o Bolsa Família “de Lula” durar 18 anos.

E com um detalhe: o Auxílio Brasil não incluiu todos que receberam o emergencial, deixando de fora uma grande parcela da população que continua sem trabalho e sem oportunidades.

Por essas e outras, a tentativa de Bolsonaro reconquistar o eleitor do Bolsa Família já foi vista por essas pessoas como um golpe eleitoreiro.

Quem recebeu Bolsa Família estável durante anos, pode até ter votado em Bolsonaro nas eleições passadas, mas já entendeu que no quesito “auxílio”, Lula ofereceu mais garantia.

E votar em Lula para essa parcela da população, não será apostar em novidade.

Será ter certeza do que já viveu.