08/04/2021
Amigo do governador João Dória vira amigo de Fábio Faria para receber Bolsonaro em casa e bater palmas para o presidente
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O empresário Washington Cinel, dono da Gocil, uma das maiores companhias de segurança privada do Brasil, é daqueles que gostam de estar bem com o poder.
Há poucos dias recebeu em sua mansão em São Paulo, os presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira, e do Senado, senador Rodrigo Pacheco.
Amigão do governador João Dória, vem trabalhando para ter acesso ao Palácio do Planalto e o caminho mais fácil foi ficar amigo do ministro e pré-candidato a senador no Rio Grande do Norte, Fábio Faria.
E aí Fábio organizou um convescote, fez a lista de empresários poderosos e direitistas, passou para aprovação do presidente Bolsonaro e...feito o convite para uma pequena aglomeração sem uso de máscara.
Motivo do jantar nesta quarta?
Bater palmas para o presidente.
Que está mesmo precisando, o que não significa estar merecendo.
Veja o que disse à Folha de S.Paulo o anfitrião da noite, agora amigo de Dória e de Bolsonaro.
Leia e...veja se consegue aplaudir...o empresário carente de poder.

No jantar de ontem na sua casa, teve aplausos para o presidente. Qual o motivo do aplauso?
Teve aplauso. Falar 'quero aumentar a vacinação, estamos coordenando todos os esforços', isso é motivo de aplauso. Eu acho que o governo tem muito motivo para ter aplauso. É que, muitas vezes, a pessoas não querem ver. Mas tem muito motivo. Mas está sendo feito um esforço. E o objetivo do jantar era, única e exclusivamente, comprometer mesmo com o nosso presidente para aumentar a vacinação. É o que ele nos prometeu.
Ele fez o compromisso de aumentar a vacinação?
Fez. Está nos jornais, na Folha. E está aumentando. Ontem foi vacinado um milhão de pessoas. Teve também o ministro da Saúde.
Foi uma surpresa? A princípio, ele não tinha prometido levar o ministro da Saúde. Ele levou porque o empresariado tem essa preocupação com a vacina?
Não. Vieram vários, muito mais ministros. Acho que, como é um assunto de Saúde, uma coisa especializada, estava ali para responder qualquer pergunta. Tanto é que, depois, foi dada uma coletiva para a imprensa e quem falou foi o ministro da Saúde.
O número de mortes foi 3.733. Quando vocês falam com eles sobre isso, o que eles dizem?
Ele diz que está fazendo. Ele foi para Chapecó ontem. Lá teve o tratamento precoce e as mortes despencaram. Ele foi lá para ver o que tinha de novidade nisso. Deu entrevista nesse sentido em outra situação. É aquela correria. Todo mundo está correndo para diminuir isso. Eu acredito que vai diminuir rapidamente. Tenho muita fé.
Você e as pessoas que estavam lá acreditam no tratamento precoce? Eles fazem? Como é? Porque não tem eficácia.
Acreditam assim: a pessoa se sentiu mal, liga para o médico. Todo mundo faz isso. Você faz isso? O médico prescreve, você toma ou não toma? Fala para mim? Me responde?
Sim.
Então você respondeu. Isso é tratamento precoce ou não?
As pessoas estão tomando vermífugo, cloroquina?
Não. Vamos por os pingos nos is. O tratamento precoce que é defendido é só com orientação médica. Não existe outro. E isso foi falado. Estamos causando polêmica desnecessariamente. Temos que fazer o tratamento com o médico e aumentar a vacinação. Se conseguirmos isso, vamos resolver o problema. Pode ter certeza. Acredito nisso. Meu interesse único é aumentar e vacinar o último brasileiro o mais rápido possível. Sabe por quê? O cara fica doente, não vai trabalhar, você precisa contratar outro. O que nós estamos perdendo com isso é incrível a nível econômico. Esse é o grande problema, além das mortes, logicamente, que vêm ocorrendo.
Teve críticas indiretamente ao governador João Doria por causa das medidas que ele vem tomando, como foi?
Não se falou do governador. O que se falou foi dos lockdowns. Mas não especificamente ao João Doria. Foi ao lockdown, mas não direcionado. No jantar, eu só pedi uma coisa: 'não quero críticas'. Criticar pode, mas crítica construtiva. Esse foi o tom. Me parece que foi muito bom. O pessoal saiu daqui animado. Falaram o que é verdade. Ele se comprometeu. Todos nós precisamos ajudar. Se todo mundo ajudar, chegaremos lá.
E sobre economia? Chegaram a falar alguma coisa sobre o Orçamento?
O Paulo Guedes falou sobre economia. Deu um panorama. Foi muito rápido, porque não dá para isso, mas falou uns 10 a 15 minutos sobre economia, as reformas estruturantes, que tudo está andando. Tem essa situação do Orçamento, tem que fechar até o final deste mês. Tudo isso foi tratado, mas eu vejo a equipe muito centrada e trabalhando 24 horas. O pessoal saiu muito impressionado com as medidas que estão sendo tomadas. Vamos acreditar que dê certo. Estou torcendo, porque ajuda a gente como empresário, voltamos à boa relação entre capital e trabalho, as crianças voltam para a escola. Isso que é o mais importante.
Também na sua casa teve outro evento com os presidentes da Câmara e do Senado. Depois daquela reunião, caiu o ministro das Relações Exteriores, alguém que uma parte do empresariado estava entendendo como uma peça que estava atravancando a aceleração do processo da vacina. Ontem se falou alguma coisa disso?
Não. Ontem, o ministro novo das Relações Exteriores estava aqui. Pessoa muito preparada. Gostei dele. Mas acho que não relação uma coisa com outra. Troca de ministro é normal em todo governo. Acho que o que saiu estava um pouco desgastado já. É bom dar uma oxigenada. Mas no todo, acho que o jantar foi bom, trouxe um ar de otimismo, de aceleração da vacinação em massa. Na parte econômica, o pessoal fez várias perguntas. E a preocupação também dos empresários com as demissões. Se ele não tem receita, tem que demitir. Tudo isso foi colocado na mesa. A ideia é voltar ao trabalho, mas observando estritamente o protocolo de imunização, máscara, distanciamento, tudo isso.