07/10/2020
Ibope: o que pode ser lido além dos números e da gigante margem de erro que ainda serão mexidos nas próximas duas pesquisas do primeiro turno
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O que diz a pesquisa do Ibope em Natal, além dos números colocados em meio a uma margem de erro gigante, onde as peças do xadrez podem ser movidas para cima ou para baixo?
Levando em conta aquela velha máxima do Blog, de que o Ibope atende a pedidos no começo, para somente no final se ajustar e continuar liderando o mercado de pesquisas no Brasil... a quem interessaria a posição do prefeito Álvaro Dias em um segundo turno, contrariando outras pesquisas já publicadas em Natal?
Levando em conta que a contratação é da afiliada da Globo, quase 25% ainda sob o comando do grupo político Alves...pode-se dizer que interessaria para o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, mostrar que, para ganhar a eleição, o prefeito Álvaro, que foi vice de Carlos, ainda precisa muito dele.
A margem de erro serve para isso.
Para mexer nos números, ao bel prazer.
Esse o primeiro ponto de uma leitura repetitiva, de quem acompanha o Ibope há alguns anos.
O Blog tem 14.
Outro ponto.
O prefeito Álvaro Dias começa num cenário de segundo turno, mas conta com uma gestão aprovada, segundo o próprio Ibope, por 63% da população.
Se gestão aprovada se transformar em votos, o prefeito tem tudo para começar andando...para cima.
Além do guarda-chuva da aprovação da gestão, Álvaro tem em seu favor o índice de rejeição do principal adversário, o deputado Kelps Lima.
Kelps começa a campanha, considerando a margem de erro do Ibope, no mesmo patamar que deixou em 2016.
Nas eleições passadas, Kelps começou a campanha na quarta posição, segundo o Ibope, com 3% de intenções de votos, e terminou em segundo lugar, somando 13,37% dos votos.
Hoje ele começa com 12%.
Mas o guarda-chuva do candidato é a liderança no quesito rejeição, onde aparece com 24% dos entrevistados dizendo que não votariam nele de jeito nenhum.
Kelps tem tudo para repetir o desempenho de 2016 e só crescer...mas, levando em conta a rejeição, pode começar andando...para baixo.
Foi assim com a então candidata Márcia Maia em 2016.
Começou a campanha, segundo o Ibope, em segundo lugar, com 6% das intenções de votos, e terminou na quinta colocação, com 5,53% dos votos.
Andou para baixo.
Mais um ponto analisado na pesquisa do Ibope.
O PT tende a continuar encolhendo em Natal.
Aqueles “dez por cento” de eleitores que votam no PT, como se diz costumeiramente, ainda não apareceram na pesquisa do Ibope, nem mesmo se a gigante margem de erro andar para cima.
O candidato do PT, Senador Jean, apareceu com 2% das intenções de votos.
Não deu sinais de que chegará ao patamar que faz do PT, o partido de 10% de votos na capital potiguar.
Pior que nem sei de onde tiraram isso.
Em 2016, o candidato Fernando Mineiro, do PT, começou a campanha na terceira colocação com 4% de intenções de votos, segundo o Ibope, e terminou com 10,15% dos votos.
Em 2012 Mineiro também foi o candidato do PT, e terminou a campanha com 22,63% dos votos.
Em 2008 a candidata foi a hoje governadora Fátima Bezerra, que disputou com a eleita no primeiro turno Micarla de Sousa, e terminou o pleito com 36,83% dos votos.
Pelos números apresentados, o PT vem encolhendo em Natal, e a eleição do Senador Jean poderá apresentar um resultado ainda menor do que os que vem sendo registrado na capital.
E os candidatos do presidente Bolsonaro?
Juntando Delegado Sergio Leocádio, Coronel Azevedo, Jaidy Oliveira, Coronel Hélio Oliveira e Fernando Pinto, o Ibope somou exatos 8%.
Resta saber se sem o presidente dar as caras em Natal, para onde vão os 39% de “ótimo e bom”, de Bolsonaro, os 23% de “regular” e os 37% de “ruim e péssimo”, registrados pela pesquisa do Ibope.