09/04/2020
Pacote de alívio financeiro dos estados tem aval do presidente da Câmara mas encontra dificuldade no Planalto
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Tudo o que o Brasil não precisava agora era uma briga em torno da conta que tem que ser paga
Governo federal contra governos estaduais fazendo uma conta política mostrada pelas pesquisas que apontam os governos estaduais em melhor nível de credibilidade do que o federal.
E o Congresso sai na defesa dos governadores.
Da Folha:

BRASÍLIA e SÃO PAULO
O plano de socorro aos estados na pandemia do novo coronavírus opõe Ministério da Economia a governadores.
Os chefe dos Executivos estaduais tentam emplacar, com o respaldo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um pacote de alívio financeiro a curto prazo e sem contrapartidas dos mandatários.
A equipe econômica considera a proposta uma bomba fiscal de R$ 180 bilhões.
Maia, em defesa do texto, disse que “não há nada de exorbitante”, afirmou que as contas do governo não batem e que os entes federados precisam dessas medidas para enfrentar a crise.
Para ele, seriam R$ 35 bilhões em gastos para compensar as perdas de arrecadação de ICMS (imposto estadual) e ISS (municipal) mais R$ 50 bilhões para garantias a empréstimos.
Apesar de encampado por Maia, o projeto de bondades aos governadores gerou desgaste até mesmo entre os deputados, inclusive aliados do presidente da Casa.
Congressistas resistem a aprovar ações que beneficiem adversários políticos em prefeituras ou em estados de origem.
O empenho de Maia é apontado por deputados, mesmo do grupo de centro na Câmara, como uma manobra para tentar privilegiar o Rio de Janeiro. O estado aderiu ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal) em 2017.
Fiador da agenda liberal e reformista de Guedes, o presidente da Câmara, geralmente, dita o ritmo e a pauta de votações na Casa de forma alinhada com o ministro.
Na condução do projeto de socorro aos estados na crise do coronavírus, no entanto, Maia e Guedes entraram em rota de colisão. Os dois lados —governadores e equipe econômica— acusam o oponente de oportunismo.