26/02/2019
Educadores repudiam grande ideia do ministro da Educação que ganhou apoio do representante de escolas privadas
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Não pegou bem a 'grande ideia' do ministro da Educação Vélez Rodrigues, de pedir que estudantes de escolas públicas olhem para a bandeira brasileira e cantem o hino nacional enquanto ouvem uma "bela carta" escrita por ele... Aos repórteres Renato Grandelle e Paula Ferreira, do jornal O Globo, o diretor de Políticas Educacionais do 'Todos Pela Educação', Olavo Nogueira Filho, disse que considera que o MEC não sinaliza como os diretores devem proteger a imagem dos estudantes. Da mesma forma, a mensagem "Deus acima de todos" seria uma contradição à própria imagem que o governo federal tenta transmitir. "O MEC criticava uma suposta doutrinação ideológica e coação moral promovida por outros governos, e agora, com este slogan, parece impor uma preferência". Ele diz ainda que a carta pode provocar questionamentos legais e ignora as ações prioritárias do ministério. "O início do novo governo, que chega com o capital político em alta, deveria ser usado para indicar como valorizar a profissão do docente, melhorar a educação básica, debater a continuidade da Base Nacional Comum Curricular e aumentar o diálogo com estados e municípios na área da educação. Nada disso foi discutido nos últimos dois meses", condenou Nogueira Filho. Segundo ainda a reportagem do Globo, o Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed), que representa os gestores estaduais da área, não soube dizer se todas as escolas estaduais do país receberam a orientação e afirmou que ainda não mediu o alcance da ação do MEC. Em nota o Consed afirma que a medida fere a autonomia dos gestores e dos entes da federação e defende que “o ambiente escolar deve estar imune a qualquer tipo de ingerência político-partidária”. Segue a nota: "O que o Brasil precisa, ao contrário de estimular disputas ideológicas na Educação, é que a União, os Estados e os Municípios priorizem um verdadeiro pacto na busca pela aprendizagem." O presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), entidade que representa cerca de 40 mil escolas privadas no país, Ademar Batista Pereira, gostou de tudo isso que o Brasil está repudiando. Também os alunos das escolas privadas não vão ter que pagar o mico, reservado às escolas públicas. "Não há problema em falar "Deus acima de todos". É bom fazer um apelo à religiosidade, independentemente da crença do estudante", disse Pereira ao Globo, remetendo a Deus o que na realidade se trata de slogan de campanha política. O representante das escolas privadas, que é dono de uma escola em Curitiba, considera que a filmagem das crianças perfiladas cantando o hino nacional também não seria problemática. "Deve-se preservar a imagem das crianças, mas, quando elas são retratadas em grupo, não há como manipular a filmagem em uma rede social", disse ao Globo... O representante das escolas privadas achou tudo bonitinho, e não pareceu preocupado com a qualidade da educação...