19/01/2019
Com decreto de posse de arma, governo terceiriza à população a missão de acabar com a violência no Brasil
[0] Comentários | Deixe seu comentário.O Ministério Público Federal quer que a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge (PGR) questione no Supremo Tribunal Federal, o decreto do presidente da República, Jair Bolsonaro, que facilita a posse de armas de fogo. No parecer, o órgão diz que as novas regras ferem a Constituição, o Estatuto do Desarmamento e a separação dos poderes. O Blog não acha a menor graça nessa concessão de posse de armas à população. Porque entende que dessa forma, o governo está terceirizando aos brasileiros o problema que o governo é que tem que resolver. Se o presidente prometeu segurança, e envolveu seus eleitores com a frase ‘bandido bom é bandido morto’, não estava no pacote que o povo é que tem que matar os bandidos. Mas é bem isso o que está acontecendo, primeiro com o decreto de posse de armas, e em seguida com o início das discussões sobre porte de arma, como o próprio presidente já afirmou. Para o Blog, o decreto de Bolsonaro terceiriza o combate à violência gerando mais violência. Quem tem arma em casa, por mais que tenha atestado de sanidade mental, não está livre de ter um surto, de beber além da conta... Não está livre de sofrer de depressão e sentir vontade de cometer suicídio... Não está livre de ter um filho capaz – sob efeito de bebida ou droga, ou também sob efeito de doença como depressão – de pegar a arma e usá-la seja de qual forma for... Não está livre da arma ser encontrada por uma criança, e usada por ela inocentemente... Não está livre de usá-la numa briga conjugal ou de vizinhos... Não está livre...da violência nas ruas. A posse de arma concedida pelo presidente Bolsonaro é uma faca de dois gumes e o uso dela, em casos de violência, é para ser responsabilidade do governo, que se livra de mais essa atribuição, e passa para o povo, sem cumprir até agora, e sequer anunciar, a promessa de acabar com a violência no Brasil.