17/12/2017
Audiência de conciliação decidirá amanhã sobre sobras orçamentárias do TJ
[0] Comentários | Deixe seu comentário.E as polêmicas sobras orçamentárias do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte serão discutidas nesta segunda-feira, em audiência de conciliação no STF, em Brasília.
A discussão no gabinete do ministro Luiz Fux vai decidir se o Tribunal de Justiça devolve ao Executivo ou mantém em sua conta os 570 milhões que o Ministério Público de Contas do RN já recomendou a devolução.
Mesma posição do ministro do TCU, Benjamin Zymler, que se pronunciou, com base na legislação, favorável à devolução, argumentando, inclusive, que o dinheiro ajudará o governo a botar os salários dos servidores em dia.
Abaixo reportagem do site do STF sobre o assunto:
Continua...
TJ-RN
No mandado de segurança, o TJ-RN sustenta que a omissão do governo quanto ao repasse das verbas viola os princípios constitucionais da separação dos Poderes, da autonomia administrativa e financeira do Judiciário e do dever de repasse previstos nos artigos 99 e 168 da Constituição Federal, bem como da Lei estadual 10.101/2016.
Alega, ainda, que, até a data da impetração, não foram repassados os duodécimos relativos aos meses de agosto a novembro deste exercício, gerando um déficit total de R$ 263,9 milhões entre o que deveria ter sido repassado e o que efetivamente foi transferido.
Afirma que a falta dos recursos pode comprometer o pagamento dos vencimentos dos integrantes do Poder Judiciário e dos prestadores de serviços e fornecedores.
Governo
O governo do Rio Grande do Norte informou nos autos que os repasses não foram feitos “por imposição decorrente da absoluta insuficiência de recursos públicos e da frustração na realização do orçamento do estado”.
Sustenta que, dos valores eventualmente devidos ao TJ-RN, deve ser abatida a quantia de R$ 571 milhões referentes a sobras orçamentárias do ano de 2016 que não foram restituídas ao tesouro estadual, sendo utilizadas como crédito suplementar.
Indica que o TJ-RN já alcançou mais de 100% dos valores necessários ao pagamento de despesas com pessoal e encargos sociais na execução orçamentária de 2017.
O governo estadual pede que o caso seja tratado com a "excepcionalidade necessária" para que o Executivo seja dispensado de repassar novos valores a título de duodécimos do atual exercício financeiro ao TJ, até que seja colocado em dia o pagamento dos salários do Poder Executivo. Requereu ainda a designação de audiência de conciliação.
Ministro
O relator acolheu o pedido do governo estadual para designação de audiência de conciliação, destacando que “em tempos de graves crises fiscais, notória no Estado do Rio Grande do Norte, o Supremo Tribunal Federal deve, sempre que possível, buscar conciliar os interesses em jogo”.
Para elevar a probabilidade de êxito na audiência, o ministro Luiz Fux sugeriu que as partes avaliem previamente os limites e as possibilidades de se obter uma transação capaz de ser homologada judicialmente.