14/03/2017
Lava-jato carioca: Operação prende mais dois auxiliares do governador Sérgio Cabral
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Da Lava-jato no Rio de Janeiro, hoje....
G1:
PF e MPF prendem duas pessoas em mais uma etapa da operação Lava Jato no RJ
Heitor Lopes de Sousa Junior, diretor Rio Trilhos, e Luiz Carlos Velloso, subsecretário de Turismo do Estado, foram presos. Investigação mira corrupção e pagamento de propina em contratos da linha 4 do Metrô
Por Cristina Boeckel, G1 Rio
O diretor da Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (Rio Trilhos), Heitor Lopes de Sousa Junior, e o atual subsecretário de Turismo do estado (como consta do site do governo do estado) e ex-subsecretário de Transportes, Luiz Carlos Velloso, foram presos na manhã desta terça-feira (14) em um desdobramento da Operação Lava Jato que investiga corrupção e pagamento de propina em contratos da linha 4 do Metrô.
Os agentes também cumprem 7 mandados de condução coercitiva. Um dos mandados cumpridos até as 7h30 foi contra a companheira de Luiz Carlos Velloso, Renata Loureiro Borges Monteiro.
Em depoimento, executivos da Carioca Engenharia indicaram que o esquema de corrupção que existia na secretaria Estadual de Obras do Rio, com a cobrança de propina das empreiteiras envolvidas em contratos bilionários de obras civis, também se repetia na secretaria estadual de Transporte.
Heitor era sócio de duas empresas que prestavam serviço para a construção da Linha 4 do Metrô.
A prisão preventiva do diretor da Rio Trilhos foi pedida, segundo os promotores, para evitar uma possível fuga.
De acordo com a investigação, Heitor e a mulher estavam dando entrada em um pedido de cidadania portuguesa.
Os procuradores também estão pedindo o bloqueio de bens de R$ 36 milhões de Heitor e de R$ 12 milhões de Velloso.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, determinou o bloqueio de R$ 220 milhões de 7 pessoas e três empresas.
Ainda de acordo com as investigações, de 2010 a 2013, Heitor recebeu propina no valor de R$ 5,4 milhões de duas empresas. Ao todo, foram 31 transferências de recursos.
As empresas que pagaram foram a CBPO Engenharia, do grupo Odebrecht , e MClink Engenharia, que atuou no trecho oeste da linha 4 do Metrô .
As investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro já levaram à prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), em novembro do ano passado.
Ele foi preso na Operação Calicute, que descobriu o esquema de cobrança de propina em obras durante a gestão Cabral, que funcionou entre 2007 e 2014.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cabral cobrava propina de empreiteiras para fechar os contratos com o governo do Rio.
As construtoras, por sua vez, se consorciaram para fraudar licitações e sabiam previamente quem iria ganhar as concorrências. Na ação também foram presos: Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, ex-secretário de governo do RJ; Hudson Braga, ex-secretário de obras; Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação; Luiz Carlos Bezerra; Wagner Garcia e José Orlando Rabelo.
A Calicute é um desdobramento da Operação Lava Jato e teve como base as delações premiadas do ex-dono da Delta Engenharia Fernando Cavendish, da empreiteira Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia – que afirmam terem pagado propina por obras como a do Marcanã, do PAC das Favelas e do Arco Metropolitano.