17/02/2017
Pergunta de Cunha a Temer sobre 'vantagem indevida' a Moreira Franco soa como ameaça
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Soou como ameaça de Eduardo Cunha (PMDB) ao presidente Michel Temer (PMDB), a pergunta que ele fez, via Justiça Federal, sobre a proteção do Governo ao ministro Moreira Franco. Cunha se sente injustiçado quando o presidente Michel Temer não consegue tirá-lo da prisão, enquanto mantém foro privilegiado ao aliado, tanto quanto ele, Moreira Franco (PMDB). Da Folha: Na Justiça, Cunha questiona Temer sobre 'vantagem indevida' a Moreira Em uma série de perguntas enviadas à Justiça Federal em Brasília, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) questiona o presidente Michel Temer se ele tem ciência de "vantagem indevida" oferecida ao ministro Moreira Franco. Preso pela Lava Jato em Curitiba, Cunha arrolou Temer como testemunha no caso em que é investigado pelo suposto envolvimento num esquema de desvios do FI/FGTS. Ao todo ele elaborou 19 questões. Em uma delas, indaga o presidente: "Tem conhecimento de oferecimento de alguma vantagem indevida, seja a Érica ou a Moreira Franco, seja posteriormente, para liberação de financiamento do FI/FGTS?". O teor das perguntas foi revelado pelo site da revista "Época" nesta quinta (16). A Folha também teve acesso às informações. Cunha, declaradamente adversário de Moreira, não dá mais detalhes de quem seria Érica. Ele ainda questiona se Temer indicou seu atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência para a vice-presidência da Caixa Econômica - Moreira ocupou o cargo entre 2007 e 2010 no governo Lula. Em outra pergunta, Cunha quer saber se Temer fez alguma reunião com Moreira e André de Souza, ex-conselheiro do fundo, para tratar de pedidos para financiamento do FI-FGTS. Além disso, também se o presidente participou de reuniões com Léo Pinheiro (OAS) e Benedicto Júnior (Odebrecht) para tratar de doações de campanha. Temer ainda é perguntado se sabe quem foi o responsável pela nomeação de Joaquim Lima para vice-presidente da Caixa desde 2011. Procuradas pela Folha, as assessorias de Temer e Moreira responderam: "Não há o que responder sobre reuniões que nunca ocorreram e conversas que jamais existiram". ODEBRECHT Não é a primeira vez que Cunha formula perguntas a Temer com possíveis informações que podem comprometer o presidente. No ano passado, ele preparou 41 perguntas na Justiça Federal em Curitiba, mas 21 foram indeferidas pelo juiz Sergio Moro, que conduz a Lava Jato. Uma delas tratava de uma reunião de Temer em 2010 com Márcio Faria, ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industria. Em sua delação, Faria disse que Temer participou de uma reunião em 2010 para tratar de doações à campanha eleitoral do PMDB daquele ano em troca de facilitar a atuação da empreiteira em projetos da Petrobras. O presidente diz que a reunião pode ter ocorrido, mas nega a versão apresentada pelo delator.