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30/11/2016





Ex-pároco de São José de Mipibu, que estuda Teologia Moral em Roma, faz críticas à decisão da Câmara de punir juízes e promotores

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De Roma, na Itália, para onde foi fazer Mestrado em Teologia Moral, o Padre Matias Soares, em contato com o Blog, envia um artigo fazendo críticas ao Congresso, afirmando que a classe política tenta impedir o fim da corrupção. Ele lembra que quando comandou a Paróquia de São José de Mipibu, coletou assinaturas e enviou a Brasília um documento de apoio às leis de combate à corrupção. Padre Matias está em Roma desde setembro e vai passar dois anos estudando. Hoje ele vive próximo ao Vaticano e mora no Pio Brasileiro, um colégio onde moram os padres brasileiros que vão estudar na Itália, e estuda na Pontifícia Universidade Gregoriana. Abaixo o artigo do padre; uma reação à emenda aprovada pela Câmara ontem, incluindo juízes e promotores em processos onde eles também serão investigados e julgados. Uma abominável ameaça à Democracia! Mesmo de longe, via mídias sociais, acompanho a repercussão da votação que os deputados, na surdina e num momento em que o País estava vivendo um triste momento de comoção, votaram um pacote que tem por fim "intimidar o combate à corrupção" promovido pelo judiciário, ministério público e polícia federal e com o massivo apoio dos cidadãos brasileiros para combater a corrupção.  Me lembro que, ainda pároco da paróquia de Sant'Ana e São Joaquim, em São José de Mipibu-RN, coletamos, nos setores missionários, muitas assinaturas para enviar a Brasília, em apoio às propostas de lei para combater a corrupção. Isso comprova que as pessoas estão querendo de fato uma mudança nesse caos social, político, econômico e institucional que, infelizmente, se instalou no nosso amado País.  Essa tentativa de minar o trabalho da Lava Jato e, por conseguinte, outras ações que sejam de combate ao câncer maldito da corrupção, é o mais forte ataque ao Estado Democrático de Direito.  Já há algum tempo que personalidades políticas e seus fantoches estão atacando o Judiciário. Isso é um tremendo erro que compromete a civilidade e a caminhada cidadãs do povo brasileiro.  Daí venho com três preocupações:  1) uma confusão civil instalada de modo duradouro, que retardará ainda mais a reorganização econômica, ou melhoras dela;  2) a tomada do poder, pedida e apoiada pela população em sinal de total desencanto com a possibilidade de que a política possa favorecer o bem da Nação, pelos Militares;  ou 3) aparecer um aventureiro salvador da Pátria, que se tornará o futuro presidente do Brasil, e aqui a figura de Jair Bolsonaro sairia com todas as vantagens.  O ataque ao Judiciário é uma atitude insana e irracional que terá sérias consequências.  As deficiências no Judiciário também existem. Todavia, neste momento da nossa história, é ele quem pode nos dar um suporte institucional para que haja um possível meio termo nesta complexidade política pela qual passa o País.  Ainda, não fora do raciocínio proposto nesta simples reflexão, tenho uma inquietação sobre o papel e a missão da Igreja Católica, ou Igrejas, em todo esse processo. Em tempos de outrora Ela teve um papel fundamental no redirecionamento da ordem democrática.  Como estamos nos comportando diante de tudo isso? Será que continuamos com o discurso de que estamos do lado da esquerda ou da direita, mesmo depois da "queda do muro de Berlim", retomada das relações entre Cuba e Estados Unidos e até a morte de Fidel Castro?  Mesmo com as preocupações do Papa Francisco, radicadas no Evangelho e com a "clara e distinta" ideia de que a Igreja precisa ser "ponte" e não construir muros?  Será que todos nós, Cristãos, povo de Deus, assumimos um propósito sério pelo verdadeiro bem do País e, consequentemente, pelo povo, do qual somos servidores?  Será que a partir do Evangelho estamos preocupados em ser Sacramento de Salvação e sentir as alegrias e os sofrimentos das pessoas, principalmente das que mais sofrem?  Por fim, rezemos a Deus, que é misericordioso e justo, para que proteja a nossa amada Pátria e a livre desses males que geram dor e morte de tantas pessoas, principalmente desses políticos, que são bandidos, safados e corruptos, e que tanta vergonha nos fazem.  Assim o seja! Pe. Matias Soares

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