02/11/2016
Dividir o Enem: burrice ou vontade de jogar dinheiro fora
[0] Comentários | Deixe seu comentário.O ministro da Educação, Mendonça Filho, tem se mostrado fraquinho fraquinho em relação à decisão de cancelar parte das provas do Enem. É fraco para a pasta ao permitir a divisão. Por que dividir os estudantes se todos fizeram as inscrições visando um único concurso? O ministro da Educação se rendeu à marcha de manobra dos movimentos que não protestam contra a reforma do ensino médio, mas contra a gestão do presidente Michel Temer, o vice da presidente Dilma Rousseff. Muitos dos que estão nas escolas invadidas, sequer sabem do que se trata a reforma do ensino médio. Basta ir numa escola de surpresa, chamar 10 alunos e perguntar. Talvez um saiba explicar porque não concorda com a reforma. Criticar, não aceitar, protestar, é direito. O que não é direito é impedir que parte dos estudantes brasileiros, muitos comungando do mesmo gosto político dos que protestam, possam fazer as provas na tentativa de entrar na universidade. O Ministério da Educação se rende. É fraco. Ou prefere gastar mais dinheiro? E por quê? Se não consegue desocupar as escolas, que encontre outros locais para realização das provas de quase 200 mil estudantes em todo o país. E se não consegue encontrar quase 200 mil lugares sentados, que cancele o concurso todo e só realize o Enem quando for possível cumprir o que foi fechado com todos os estudantes no ato de inscrição. O Ministério da Educação quer jogar dinheiro fora. Muito dinheiro. Menor dúvida que os quase 200 mil estudantes brasileiros acionarão a justiça por se sentirem discriminados ao ponto de terem que fazer outras, que não as provas realizadas pelos demais. Igualdade: é por isso que eles vão lutar na justiça e, claro, irã conseguir. Não são eles que terão que pagar pela fraqueza do governo federal. Ou pela incompetência. Vencedores na justiça, para não serem obrigados a fazer provas diferentes em dezembro como já está sendo anunciado, os estudantes discriminados vão assistir de camarote o cancelamento do Enem como um todo. E assistir de camarote também, alguns milhões de reais jogados pelo ralo. Porque vai ficar caro fazer o Enem em duas partes, e mais caro ainda fazer a primeira parte duas vezes... Burrice da Educação. Parece estranho, mas não como não entender que o Ministério da Educação nunca foi tão burro. Com todo respeito aos animais. E lá se vai mais dinheiro público pelo ralo...