14/03/2016
Igreja se pronuncia sobre a crise
[0] Comentários | Deixe seu comentário.A Arquidiocese de Natal emitiu nota sobre o momento atual do Brasil. Segue: NOTA O Serviço Social Arquidiocesano em Rede reunido em assembleia, nos dias 08, 09 e 10 do corrente, em Natal/RN, vem manifestar a sua preocupação com o atual momento político que atravessa o Brasil, caracterizado por intensa polarização emocional, e com a necessidade de avançarmos na garantia dos direitos históricos já conquistados. Empenhados na construção de uma sociedade justa e fraterna, como casa comum de todos e todas, reafirmamos: Compromisso com a democracia e com a Participação Cidadã A sociedade brasileira lutou muito para conquistar a democracia. A nossa história em alguns momentos foi marcada pelo autoritarismo e ainda convive com a desigualdade socioeconômica e regional que tem como uma das consequências à corrupção, tão presente em nossa história secular. É preciso avançar na construção de uma cultura democrática e plural e, por isto, o respeito e o diálogo são fundamentais. O Papa Francisco tem incentivado a cultura do encontro. Para construir um ambiente democrático e civilizado precisamos de abertura ao outro, visões e ideais diferentes, multiplicidade de organizações, projetos políticos e opiniões. Democracia não se faz apenas com um lado e sim com a pluralidade, não se faz com a destruição do outro e sim com a garantia da participação de todos e todas. Democracia não se faz na base do ódio e sim na busca sincera do entendimento e da convivência entre os diferentes. Garantia e aplicação dos direitos Para superarmos os nossos problemas históricos é necessário o reconhecimento que muito já foi feito, mas, ainda existe muito por fazer. Continuamos com as características de uma sociedade, por demais, excludente e desigual. Uma das nossas tarefas urgentes é superarmos a desigualdade socioeconômica, regional e enfrentarmos todo tipo de corrupção. Para isso a mobilização permanente por um educação e saúde pública de qualidade para todos e todas, moradia digna, democratização da terra e da água, trabalho decente, saneamento ambiental são barreiras que a Igreja através da suas organizações e pastorais sociais têm lutado e se empenhado. O Papa Francisco fala dos três T’s: terra, teto e trabalho como lutas sagradas e que dignificam o ser humano. “(…) a necessidade urgente de revitalizar as nossas democracias tantas vezes desviadas por inúmeros fatores. É impossível imaginar um futuro para a sociedade sem a participação como protagonistas das grandes maiorias e este protagonismo transcende os procedimentos lógicos da democracia formal.
- A perspectiva de um mundo de paz e de justiça duradouras pede que superemos o assistencialismo paternalista, exige que criemos novas formas de participação que incluam os movimentos populares e animem as estruturas de governo locais, nacionais e internacionais com aquela torrente de energia moral que nasce da integração dos excluídos na construção do destino comum. E assim com ânimo construtivo, sem ressentimento, com amor”.1