19/12/2015
STF autoriza quebra de sigilo de Renan Calheiros e advogado diz que procurador Rodrigo Janot 'precisa rever seus conceitos'
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Agora é o presidente do Senado na berlinda. Berlinda de novo porque, para quem não se lembra, quando presidiu a Casa pela primeira vez, envolvido em corrupção, teve que renunciar para não perder o mandato de senador. Foi aí que entrou o potiguar Garibaldi Filho, que assumiu a presidência em um mandato tampão. Mas, os senadores fizeram cara de paisagem e elegeram Renan de novo para presidir o Senado, que o STF chama - sei lá porque - de Alta Corte. Sei não... Ah... Pois agora o STF autorizou a quebra de sigilo do presidente da Alta Corte. Agora é aguardar se Renan Calheiros seguirá o mandato até o fim ou se dará marcha à ré como fez na gestão anterior. Leia texto da Folha Online: Supremo autoriza quebra de sigilo fiscal e bancário de Renan O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou, no último dia 9, a quebra do sigilo bancário e fiscal do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). A informação foi noticiada pela revista "Época" e confirmada pela Folha. A medida foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos casos relacionados à Operação Lava Jato que tramitam na corte, e abrange o período de 2010 a 2014, segundo a "Época". O pedido partiu do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ainda de acordo com a publicação, o despacho do ministro que autorizou a quebra de sigilo cita propina em um contrato da Transpetro, subsidiária da Petrobras, no valor de R$ 240 milhões. O suborno teria sido pago por meio de doações à direção do PMDB de Alagoas, que é controlado por Renan, feitas por empresas que venceram em 2010 uma licitação da estatal para construção de 20 comboios de barcaças. Segundo a "Época", as integrantes do consórcio Rio Maguari –Estaleiro Rio Maguari, SS Administração e Estre Petróleo– fizeram dois repasses de R$ 200 mil enquanto a licitação ainda estava em aberto. A Transpetro era então presidida por Sérgio Machado, aliado de Renan que deixou o comando da estatal no início deste ano e um dos alvos de busca da Lava Jato na última terça (15). Seis inquéritos da Operação Lava Jato tramitam atualmente no Supremo para apurar suspeitas de envolvimento de Renan com irregularidades. OUTRO LADO O advogado do senador, Eugênio Pacelli de Oliveira, disse estar "estupefato e indignado" com a notícia da quebra de sigilo, pois Renan teria "desde o primeiro momento das investigações disponibilizado todo o acesso" aos seus dados bancários, por meio de uma petição protocolada no STF em março. "É absurdo, é indesculpável o pedido do procurador Janot, que precisa rever seus conceitos. Nunca houve resistência alguma sobre os sigilos, fica parecendo que meu cliente resistiu à quebra, quando na verdade ele mesmo havia aberto todos os seus sigilos desde o começo", disse. Segundo Pacelli, ele ainda não foi intimado judicialmente sobre a decisão.