08/12/2015
Derrota do governo: chapa alternativa se elege para formar comissão do impeachment
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Chapa alternativa da oposição é eleita para comissão do impeachment
Integrantes de chapa avulsa foram eleitos em votação secreta no plenário. Em meio à eleição, houve confusão e deputados quebraram urnas
Por Nathalia Passarinho e Fernanda Calgaro
Em votação secreta, a Câmara elegeu há pouco, por 272 votos a 199, a chapa alternativa integrada por deputados de oposição e dissidentes da base governista para a comissão especial do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A sessão que definiu os nomes dos deputados responsáveis por analisar o pedido de afastamento da chefe do Executivo foi marcada por tumultos no plenário.
Os deputados governistas se revoltaram com Cunha por ter determinado votação secreta e ter autorizado a candidatura de uma chapa avulsa, e tentaram impedir a eleição.
Eles chegaram a quebrar parte das urnas eletrônicas instaladas no plenário para a votação.
A chapa vencedora, batizada de "Unindo o Brasil", foi protocolada por parlamentares oposicionistas e dissidentes da base governista.
Ao final da votação, os deputados oposicionistas que derrotaram o governo comemoraram intensamente no plenário e cantaram o Hino Nacional erguendo uma bandeira do Brasil.
Ao todo, a comissão especial será formada por 65 parlamentares titulares e o mesmo número de suplentes. Os partidos que não tiveram indicações na chapa vencedora serão convocados a apresentar as indicações para completar as vagas.
Cunha informou no plenário que os partidos tem até as 14h desta quarta-feira (9) para indicar os nomes que faltam para a chapa da oposição.
Confusão
Assim que Eduardo Cunha autorizou o início da votação, deputados governistas solicitaram a palavra nos microfones do plenário para questionar a decisão de fazer uma votação secreta. O peemedebista, contudo, ignorou as manifestações e cortou o microfone de alguns parlamentares.
Para tentar evitar que os deputados registrassem o voto, parlamentares aliados quebraram urnas eletrônicas instaladas no plenário para a escolha dos integrantes do colegiado.
Policiais legislativos tentaram conter os deputados mais exaltados, mas não conseguiram impedir a depredação de alguns equipamentos. Em meio à confusão, houve empurrões entre parlamentares e seguranças. Deputados que estavam próximos às urnas reclamaram de agressões.
O G1 flagrou o deputado Afonso Florence (PT-BA), ex-ministro do Desenvolvimento Agrário do governo Dilma, quebrando duas urnas eletrônicas.
Questionado pelo G1 sobre a depredação da urna, o petista disse que “isso não é notícia”.
“Eduardo Cunha rasgou o regimento. Isso não é notícia, a notícia é o resultado. Tenho que correr porque vão proclamar o resultado. Estou preocupado com o resultado”, justificou, desligando o telefone em seguida.
Apesar da confusão, o presidente da Câmara decidiu manter a eleição. Líderes governistas subiram à Mesa Diretora para cobrar que Eduardo Cunha encerrasse o processo de escolha dos integrantes da comissão especial.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), chegou a apontar o dedo para o rosto do presidente da Casa, que estava cercado por parlamentares governistas.
Bastante exaltados, a líder do PC do B, Jandira Fegalli (RJ), e o deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE) gritavam no plenário, criticando a decisão de Cunha. A eleição, porém, continuou e foi proclamada a vitória da chapa da oposição, com 272 votos contra 199.
O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), condenou a votação e disse que "esse tipo de procedimento é que está equivocado e leva a distorções".
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