17/11/2015
Encontro do PMDB: Cunha é vaiado e peemedebistas defendem rompimento com Dilma e candidatura própria em 2018
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Vaiado antes de fala, Cunha diz que PMDB não deve se calar por cargos
DANIELA LIMA
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA
Vaiado por um grupo de militantes antes de iniciar seu discurso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou no congresso promovido pela sua legenda nesta terça-feira (17) que o PMDB "não pode se calar" em troca de "meia dúzia de carguinhos" e que chegará o momento de a sigla decidir sobre o desembarque do governo Dilma Rousseff.
"Nós não participamos, não formulamos e não temos compromisso com aquilo que está sendo colocado [pelo governo]", disse Cunha.
Ele afirmou que "ninguém tem dúvida de que o PMDB lançará candidato em 2018, mas que a legenda "não vai poder se furtar a debater no momento oportuno qual será o seu caminho".
Cunha se notabilizou como um crítico do governo federal, mas ficou fragilizado após uma série de denúncias de envolvimento em casos de corrupção investigados na operação Lava Jato.
Assim que ele subiu ao palanque do congresso do PMDB, uma militante gritou "fora Cunha" e, antes de seu discurso, houve uma vaia. Ele concluiu a fala sem outros incidentes.
CONGRESSO
O evento, tido como o primeiro passo para o desembarque oficial do partido do governo federal, tornou-se palanque nesta terça-feira (17) de discursos favoráveis ao desembarque imediato da gestão Dilma Rousseff e contrários ao programa econômico lançado pelo vice-presidente, chamado de "Uma Ponte para o Futuro".
Em plenário, no qual os microfones foram abertos para os peemedebistas fazerem críticas ao governo federal, dirigentes e parlamentares da tendência oposicionista da legenda pregaram a substituição de Dilma por Temer e culparam a administração federal pela atual crise econômica.
"O impeachment ou não impeachment não depende da gente, mas tem algo que depende. Não é o afastamento da Dilma Rousseff da presidência da República, mas o afastamento do PMDB dela, para que possamos construir um partido que tenha discurso", disse o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Em linha semelhante, o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) avaliou que o país está à beira de uma "depressão econômica" e defendeu o afastamento da presidente do Palácio do Planalto.
"Nós achamos que do jeito que está não dá e achamos que o Michel Temer está preparado para assumir o pós-impeachment da Dilma Rousseff", disse. "Se não houver essa mudança em até seis meses, o país vai piorar. Ou vocês acreditam em mudanças com o sistema que está no Palácio do Planalto?".