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15/10/2015





Morre General Ustra, chefe de repressão da ditadura

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Do G1 - DF Morre Brilhante Ustra, ex-chefe de órgão de repressão na ditadura Ele tinha 83 anos, estava internado e se tratava contra câncer. Militar estava com imunidade baixa, informou a família Por Raquel Morais    Morreu na madrugada desta quinta-feira (15) o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, de 83 anos, que foi chefe de órgão de repressão política durante a ditadura militar. Ele havia sido internado no Hospital Santa Helena, em Brasília, para tratamento de um câncer. A família informou que ele fazia quimioterapia e estava com a imunidade baixa. Em 23 de abril, ele foi encaminhado à UTI do Hospital das Forças Armadas (HFA) com suspeita de infarto, após um mal-estar. De 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, Ustra foi chefe do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do II Exército, órgão utilizado para reprimir manifestações políticas contrárias à ditadura militar. Polêmica Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade em 2013, o coronel afirmou que a presidente Dilma Rousseff participou de "organizações terroristas" para implantar o comunismo no Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Segundo Ustra, se os militares não tivessem lutado, o Brasil estaria sob uma "ditadura do proletariado". "Inclusive nas quatro organizações terroristas que nossa atual presidenta da República, hoje está lá na Presidência da República, ela pertenceu a quatro organizações terroristas que tinham isso, de implantar o comunismo no Brasil. Então estávamos conscientes de que estávamos lutando para preservar a democracia e estávamos lutando contra o comunismo. [...] Se não fosse a nossa luta, se não tivéssemos lutado, hoje eu não estaria aqui porque eu já teria ido para o 'paredon'. Hoje não existiria democracia nesse país. O senhores estariam em um regime comunista tipo [o] de Fidel Castro [ex-presidente de Cuba]”, afirmou Ustra à época. Nos anos 1960, a presidente Dilma Rousseff integrou as organizações clandestinas Política Operária (Polop), Comando de Libertação Nacional (Colina) e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), dedicadas a combater a ditadura militar. Condenada por "subversão", ela passou três anos presa no presídio Tiradentes, em São Paulo (entre 1970 e 1972). No final dos anos 1970, no Rio Grande do Sul, ajudou a fundar o PDT, de Leonel Brizola. Em 1990, filiou-se ao PT. Convocado para depor sobre supostos crimes contra os direitos humanos no DOI-Codi, Ustra conseguiu na Justiça o direito de permanecer calado. A defesa de Ustra sugeriu o envio de uma cópia do livro "Verdade sufocada", em que o militar descreve sua atuação no órgão, mas o coronel aceitou comparecer e falar sobre o período. Em dezembro, o relatório final da Comissão da Verdade incluiu o nome de Brilhante Ustra entre os 377 responsabilizados por mortes na ditadura. Durante o comando do militar no DOI-Codi, o relatório cita registros de ao menos 45 mortes e desaparecimentos políticos.

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