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09/03/2015





Para evitar derrotas, governo Dilma se rende a Renan Calheiros e Eduardo Cunha

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Pelo jeito, a inclusão dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB, na lista de investigados na operação Lava-Jato, não livrou o governo de ser refém do partido.

Certa de que, como adversária do PMDB, não vai governar, a presidente Dilma Rousseff já escalou o seu corpo de bombeiros para apagar o figaréu aceso com a publicação da lista.

Eis notícia da Folha, publicada nesta madrugada:

Para barrar derrotas, Planalto vai ignorar ataques do PMDB

ANDRÉIA SADI

JULIA BORBA

Em meio a uma guerra aberta com o comando peemedebista do Congresso e sob ameaça de novas retaliações como uma CPI no setor elétrico, o Palácio do Planalto decidiu ignorar os ataques de Eduardo Cunha e Renan Calheiros para tentar refazer as pontes com os dois caciques.

A prioridade, definida em reunião da presidente Dilma Rousseff com ministros neste domingo (8), é tentar salvar as medidas de ajuste fiscal que necessitam de aprovação no Congresso.

Incluídos no rol de investigados da Operação Lava Jato, os presidentes da Câmara, Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan (PMDB-AL), acusaram o governo de ter influenciado na decisão da PGR (Procuradoria-Geral da República) de pedir inquéritos contra eles. O Planalto e a PGR negam.

Para tentar a reaproximação, Dilma escalou Aloizio Mercadante (Casa Civil) para procurar Cunha e Renan. Já ela irá encontrar-se com o vice, Michel Temer (PMDB-SP), na manhã desta segunda (9). O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve participar. À tarde, Dilma recebe líderes aliados do Senado.

Dependem do Congresso a aprovação de novas regras para concessão do seguro-desemprego, do abono salarial, da pensão por morte e a desoneração da folha.

Renan e Cunha já vinham infligindo derrotas a Dilma, como a aprovação da PEC da Bengala (que na prática pode tirar dela poder para indicar mais ministros ao Supremo) e a devolução da medida provisória da desoneração, reenviada como projeto de lei.

VETO AO IR

Na quarta (11), está prevista a derrubada pelo Congresso do veto ao reajuste de 6,5% do Imposto Renda. Se o veto cair, as pessoas pagarão menos imposto e o governo perderá R$ 7 bilhões em receitas.

Dor de cabeça ainda maior está à espreita: a Câmara poderá abrir uma CPI para investigar supostas irregularidades no setor elétrico, "quintal" de Dilma, ex-ministra das Minas e Energia.

Articulada pela oposição. a justificativa para a CPI são os apagões e a política para a definição das tarifas de energia. Sua instalação depende da análise de um parecer de técnicos da Casa, que já recomendaram a rejeição por ausência de objetivo específico., o chamado fato determinado, um requisito.

No entanto, parlamentares da base aliada afirmam que novas delações da Lava Jato, como a de executivos da empreiteira Camargo Corrêa que já citaram propinas na usina de Belo Monte, podem criar um fato determinado.

SEM DECISÃO

Procurado, Cunha disse à Folha que ainda não tomou decisão sobre o assunto.

O novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), admite que as denúncias devem atingir a sua pasta, mas afirma que não cruzaria os braços diante das irregularidades. O ministro ainda não reformulou a sua equipe e manteve os indicados pelo antecessor Edison Lobão (PMDB-MA), também investigado na Lava Jato.

Segundo a Folha apurou, Eduardo Braga deve fazer substituições em postos-chave do ministério.

Ele disse a interlocutores que estuda, inclusive, nomear como secretário-executivo o atual diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, Adhemar Palocci, irmão do ex-ministro Antonio Palocci –que também teve pedido de investigação feito pela Procuradoria.

A empresa é controlada pela Eletrobrás. Hoje, o número dois de Minas e Energia é Márcio Zimmermann, homem de confiança de Dilma.


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