03/03/2015
Pré-candidato a prefeito de Natal, Mineiro não acredita que denúncias nacionais contra o PT atinjam o projeto municipal
[0] Comentários | Deixe seu comentário.A resolução que o PT aprovou no final de semana, dando ao deputado Fernando Mineiro, a missão de estudar um projeto para Natal, tem como consequência a candidatura dele à Prefeitura nas eleições do próximo ano.
Hoje o Blog conversou com Mineiro sobre o assunto.
Ele confirmou que irá debater a cidade com setores da sociedade, como partidos aliados, admite que o momento do partido atinge esse projeto, mas acredita que a sociedade saberá diferenciar o que ocorre entre a esfera nacional e a municipal.
Eis a entrevista do deputado pré-candidato a prefeito de Natal.
Thaisa Galvão – Na resolução aprovada pelo PT, um dos pontos é a indicação de seu nome para discutir um projeto para Natal. Que projeto é esse?
Fernando Mineiro – É a ideia de criar um núcleo de trabalho para discutir a cidade. Para aprofundar um conhecimento sobre Natal, debater os bairros, sair das quatro paredes e ir às ruas para ouvir a cidade. Nós precisamos, sob retudo, entrar em sintonia com o que a cidade está pensando, o que os vários setores da cidade, mesmo contraditoriamente, estão pensando sobre o seu futuro no seu presente, então a ideia é essa. Eu tô chamando 2015 como o ano da travessia, nós vamos, então, dedicar o esforço nosso, político, intelectual, os estudos, para dialogar, para se aproximar da sociedade.
Thaisa Galvão – Isso tem como consequência uma candidatura a prefeito de Natal?
Fernando Mineiro – É provável, não é?, mas ele vai além disso porque a questão da candidatura é uma coisa pontual que vai ser decidida em 2016, e o PT precisa, para além de pensar em uma candidatura, estar discutindo com a sociedade, então, nós não vamos nem esperar 2016 para discutir com a sociedade, nem vamos transformar 2015 num processo eleitoral antecipado. É por isso que nós queremos fazer esse processo de debater e atualizar as discussões que nós temos sobre Natal, nós já temos uma série de debates sobre Natal, e então 2015 vai ser esse momento de aprofundamento, e sobretudo de ouvir a cidade. A gente precisa entender que existe um saturamento de um determinado padrão de política e que a sociedade busca uma outra coisa, então o PT está tendo a coragem de se expor, digamos assim, e ouvir o que a sociedade pensa dessa questão, o que a sociedade pensa de um processo político-adminitrativo, o que a sociedade pensa do próprio PT, até pra gente poder ir se renovando e sintonizando com os anseios da sociedade.
Thaisa Galvão – Além da sociedade vocês vão buscar partidos políticos para agregar a esse processo de estudar Natal?
Fernando Mineiro – Sim, nós vamos buscar os setores organizados, partidários ou não, buscar dialogar com partidos que nós temos aproximação, partidos que nós estamos, inclusive, sendo parceiros no Estado, com essa ideia de que precisamos ter a sintonia com Natal. Acho que essa cidade está cansada de pacotes feitos, de ideias pré-definidas. Quem achar que 2016 já está dado comete um grande erro, 2016 é um processo em aberto, é um processo que vai além da disputa eleitoral, então nós vamos construir esse processo até lá.
Thaisa Galvão – Você não teme que esse momento do PT, com o escândalo da Petrobras depois de um mensalão possa atrapalhar esse projeto?
Fernando Mineiro – É evidente que todo esse processo de disputa política nos atinge porque fazemos parte desse processo também, somos do partido, e seria hipocrisia da minha parte dizer que isso não nos atinge. Atinge sim, mas a sociedade sabe diferenciar. Acho que esse processo de denúncias contra o PT, as mais recentes, digamos assim, tem 10 anos em 2015, e toda eleiçãoo é esse assunto. Se tenta tratar dos assuntos nacionais localmente e a sociedade sabe diferenciar o que é que é esfera nacional, o que é esfera estadual, municipal, a sociedade sabe diferenciar as pessoas envolvidas, as que cometem erros, mesmo sendo do PT ou não, a sociedade é mais atenta do que gostaria muita gente. A sociedade não é ingênua de misturar tudo. E os dados, os números, os próprios processos eleitorais que já vivenciamos mostram isso. Eu acho que insistir que tem um sinal de igualdade é sempre perdendo, mas evidente que atinge, que demanda uma cobrança, mas é bom que assim seja. Tem que cobrar mesmo de nós políticos, tem de nos vigiar, de exigir respostas, é assim mesmo, política é isso.