03/01/2015
José Agripino: "Eu acho que Rosalba imagina-se elegível"
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Presente à posse do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Cláudio Santos, onde compôs a mesa de autoridades, o senador José Agripino Maia disse que o governador Robinson Faria poderá fazer uma boa gestão se conseguir reequilibrar as contas do Estado.
Disse que está pronto para ajudar ao Rio Grande do Norte e que, apesar de afastados politicamente, ‘tem uma experiência de relação com Robinson muito longa’.
Sobre a ex-governadora Rosalba Ciarlini, que há poucos dias, em entrevista ao Blog, se disse decepcionada com seu ex-líder, declarou que ela é inelegível.
Thaisa Galvão – O que o senador espera da gestão do governador Robinson Faria?
José Agripino – Primeiro de tudo: o que é que o Paraná, de Beto Richa; o que é que Marconi Perillo, acabei de assistir a posse dele em Goiás, passei horas conversando com ele, tive um almoço privado com ele; o que é que o Pezão, do Rio de Janeiro; o que é que ACM Neto, na Prefeitura de Salvador, fizeram, para recuperar estados que estavam ruins nas mãos de governadores como Beto Richa que passou para si próprio, Marconi Perillo que passou para si próprio, ou de ACM Neto que mudou? Adotaram uma postura extremamente enérgica que é a recuperação das finanças. Do contrário não tem salvação. O que eles fizeram? Lutaram para reequilibrar as finanças ou para dar condições de governabilidade. Eu acho que é isso o que Robinson tem que fazer. Há um contencioso, todo mundo sabe, e esse contencioso não pode ser desprezado, esse contencioso tem que ser atacado para ser equilibrado. Do contrário você pode ter exemplos como o de Divaldo Suruagy, meu grande amigo, que não tomou as providências e terminou melancolicamente a vida pública sufocado por problemas. Então é preciso coragem para tomar atitudes para consertar. Eu acho que a primeira tarefa de Robinson é reequilibrar o desnível entre receita e as despesas e a progressão. Não adianta raciocinar em que a folha de pagamento foi paga sacando-se como se fosse de um fundo de garantia dos servidores. Isso é um arremedo, sub-júdice e que não significa solução. A solução é você ter mais receita do que despesa, de forma permanente, como, repito, estão fazendo Geraldo Alckmin, que congelou 6,6 bilhões do orçamento, Beto Richa, Marconi Perillo, como está fazendo o novo governador Rollemberg, de Brasília, como foi feito na Bahia com ACM Neto na cidade de Salvador, e como em não sei quantos estados. Medidas drásticas para reequilibrar receita e despesas e trazer a condição de governabilidade. A partir daí você pode fazer aquilo que você tem vontade de fazer.
Thaisa Galvão – Como senador, o senhor vai ajudar ao governo de Robinson?
José Agripino – Eu sempre tive uma postura, encerrada a disputa eleitoral, que o que interessa é o interesse do estado. Toda vida que o interesse do estado estiver em jogo, Robinson Faria vai contar comigo. Eu tenho uma experiência de relação com Robinson muito longa. Eu tenho relações pessoais e cordiais com ele, nó temos distanciamentos políticos recentes, mas nada que impeça que na hora em que o meu mandato for necessário para que se construa algo positivo para o estado, eu coloco o meu mandato à disposição do interesse do estado.
Thaisa Galvão – O senhor viu as declarações da então governadora Rosalba Ciarlini em entrevista ao Blog, dizendo que estava decepcionada com o senador José Agripino?
José Agripino – Eu acho que Rosalba imagina-se elegível. Ou imaginava-se. E na época em que nós conversávamos sobre a sucessão, o deputado Getúlio Rêgo que está aqui é testemunha disso, esteve próximo dela o tempo todo. O que é que nós queríamos? Um: condição de elegibilidade, que ela não tinha e não tem, a não ser que os juízes do Tribunal Regional Eleitoral, com quem eu conversei tantas vezes na época, tenham mudado de opinião. E dizem, houve perda de prazo e perda de prazo em justiça é fatal, então, primeiro ponto, elegibilidade, ela não tinha e não tem. Me era assegurado pelo TRE e eu precisava ter essa informação. Segundo: condições políticas. Nós demos, dois anos antes dela deixar o governo, a Rosalba, e isso foi uma gestão pessoal minha, levar o apoio do PMDB, levar o apoio do PR, nós demos a ela o maior arco de alianças que um governador já teve, mesmo com o desgaste pelo qual ela passava naquela época. Ela teve um suporte político-partidário absolutamente fantástico. Oito meses depois não tinha mais ninguém, só tinha o Democratas. Fazer uma candidatura ao governo do Democratas sem tempo de rádio e televisão, com a condição em que ela se encontrava no campo administrativo, era um perigo para o partido de não eleger o governador, não eleger ninguém e não ter condições de compor uma chapa, e isso foi pedido pelo deputado Getúlio, foi pedido a ela. ‘Me traga 3 ou 4 partidos pra gente fazer uma coligação que a gente, o senador José Agripino, concorda em fazer isso. Vamos mostrar a sua elegibilidade e uma aliança mínima que a gente tem’. Nem apareceu a condição de elegibilidade e nem aliança mínima. Então queria ser candidata do Democratas com o Democratas, sem aliança com ninguém para levar o partido a não eleger ninguém. Não dava, a minha obrigação, como presidente do diretório nacional do partido, é fazer o partido sobreviver no plano nacional e no plano estadual. Então o que a ex-governadora Rosalba tem argumentado, não se sustenta nos fatos. Os fatos são estes e na hora que eles tiverem que ser explicados por quem de direito, eles serão explicados por quem de direito, na sua inteireza.
Thaisa Galvão – Encerrada a relação política, encerra também a relação de amizade?
José Agripino – Não, a relação política, eu não recebi a carta, se ela deixou o partido deixou o partido, relação pessoal, eu não deixo relação pessoal por conta de política com ninguém. Até hoje não deixei com ninguém. Não seria com ela que eu iria deixar, até pela forma civilizada com que eu atuo em relação às minhas relações com as pessoas.