22/02/2014
Natalense que descobriu estrelas gêmeas do sol integra grupo seleto que participará de missão espacial europeia
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Professor da UFRN, hoje professor-pesquisador convidado em Harvard, membro do seleto grupo que descobriu as estrelas irmãs-gêmeas do Sol, o natalense José Dias do Nascimento (sempre meu amigo 'Mosquito'), é um dos poucos brasileiros a integrarão a missão espacial “Plato”, que vai lançará um satélite buscador de planetas daqui a 10 anos, em 2024. Leia notícia do UOL com informações do comitê dirigente do PLATO. Lembrar que quando citar Rio Grande do Norte, o nome é o de José Dias: Brasil participa de nova missão espacial europeia Cientistas e engenheiros brasileiros de algumas das principais universidades e centros de pesquisas em astronomia do País terão participação ativa na missão espacial PLATO (Planetary Transits and Oscillations of Stars), da Agência Espacial Europeia – ESA, que tem seu lançamento previsto para 2024. Segundo o professor Eduardo Janot Pacheco, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, e responsável pelo Comitê PLATO no Brasil, a exploração de planetas em torno de estrelas além do Sol (planetas extra-solares, ou “exoplanetas”) é um dos temas mais interessantes da ciência do século 21. Ele explica que um dos objetivos desta pesquisa é descobrir e entender as propriedades de outros mundos semelhantes à Terra em nossa vizinhança. * Atualmente nenhum exoplaneta do tipo da Terra, situado na zona habitável e em torno de uma estrela semelhante ao nosso Sol foi descoberto e totalmente caracterizado. PLATO vai ser um pioneiro nesta busca por novos e promissores mundos. As descobertas confirmadas de planetas parecidos com a Terra em distâncias comparáveis à da Terra e em torno de estrelas semelhantes ao nosso Sol, será produzido após terem sido recolhidos três anos de dados observacionais. Reunido em Paris, nos dias 19, 20 de fevereiro de 2014, o Comité de Programas Científicos (SPC) da ESA votou e escolheu PLATO como a nova missão “M” ou “de porte médio”. * Brasil no PLATO O professor Janot conta que, entre os cientistas brasileiros que integram a missão, estão engenheiros de algumas das principais universidades e centros de pesquisas em astronomia do País. Entre outras ele cita a USP, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Observatório Nacional, Universidade Mackenzie e Fundação Mauá de Engenharia. * Os cientistas brasileiros têm interesses em temas de engenharia, como sistemas eletrônicos (hardware) a serem utilizados no desenvolvimento dos software de voo e de controle de atitude, processamento embarcado de sinais e correções de “jitter” nas curvas de luz. Em astrofísica, assuntos dos mais variados serão abordados pelos brasileiros: sismologia estelar, estrelas variáveis, anãs brancas, rotação estelar, evolução comparada do Sol, galáxias próximas, e exoplanetas (determinações orbitais e marés). O consórcio que conduzirá a missão é dirigido pela doutora Heike Rauer da DLR (a agência espacial alemã). Ela prevê que o PLATO começará um capítulo completamente novo na exploração de planetas extra-solares. “Vamos encontrar planetas que orbitam sua estrela na zona ‘habitável’, região que pode propiciar a existência de vida: são planetas onde se espera que exista água líquida, e onde a vida como a conhecemos pode ser mantida”. PLATO irá medir os tamanhos, massas e idades dos sistemas planetários que irá encontrar. Por isso, comparações detalhadas com nosso próprio Sistema Solar poderão ser feitas. * PLATO é um tipo de telescópio espacial completamente novo: ele vai usar uma rede de telescópios, em vez de uma única lente ou espelho. Utilizará também câmeras de alta qualidade, e terá a vantagem de observar continuamente a partir do espaço, sem a interrupção causada pelo nascer do Sol e sem sofrer os efeitos causados pela turbulência atmosférica. Isso permitirá que PLATO descubra planetas menores que a Terra e planetas a distâncias de suas estrelas semelhantes à distância Terra-Sol. * O professor Pacheco lembra ainda que a missao espacial PLATO segue os passos do satélite franco-europeu-brasileiro CoRoT, o primeiro do qual a astronomia brasileira participou, sobe a liderança da USP, e que já não esta mais voando. “O País adquiriu com isso know-how em engenharia de software espacial e participou fortemente dos avanços científicos em fisica estelar e na descoberta e análise de exoplanetas, usufruindo também de colaborações com cientistas europeus”, afirma o cientista. “Os resultados e a experiência obtidos com o CoRoT vão balisar as pesquisas com o PLATO, que avançará na precisão que vamos obter sobre os novos exoplanetas, sobretudo os parecidos com a Terra,que são os mais interessantes para a astrobiologia.”