09/02/2014
A arte de ler e de escrever do menino Luiz Henrique
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Ele tem 13 anos, cursa o 9º ano no Salesiano, e nas férias, trocou o verão potiguar por um mês estudando francês em Paris.
Programa de toda a família.
Luiz Henrique é consumidor voraz de livros e filmes. Dá conta de todos os lançamentos, muitas vezes antes de chegarem às livrarias.
O que lhe dá, ao contrário dos jovens de sua idade, que optaram pela linguagem da internet, a garantia de um bom e bem escrito texto.
Gosto pela leitura herdou do pai, o advogado Erick Pereira, acostumado a assinar textos em publicações nacionais.
A viagem de Luiz Henrique com seu olhar curioso sobre a cidade de muitas histórias e de muitos encantos, lhe rendeu, além de tantos textos em francês, um artigo publicado no vespertino JH, e que o Blog reproduz.
Como incentivo à geração do pequeno grande escritor.
LIGANDO LUGARES, CONTANDO HISTÓRIAS
Luiz Henrique Moreira Pereira, estudante do Salesiano São José ([email protected])
As civilizações antigas nasciam e cresciam a margem de rios. Com o Sena não foi diferente. Foi berço da cultura celta, que denominou a área de extensão do rio, Parisi. A ida dos romanos à região levou os celtas, ou bárbaros, à derrota. A área então ficou conhecida como Lutécia.
Com o passar dos anos, a atualmente conhecida Paris recebeu diversas nomeações à medida que vários povos lá se estabeleciam. Hoje, é conhecida como cidade do amor, da luz e do luxo. Única por sua história e por seu carisma, é palco inspirador das artes e é zelosa ao conservar o urbano e o antigo, o novo e o histórico.
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O Sena continua sendo o centro e o coração da megalópole. Durante o seu percurso, conseguimos ver os pontos principais da cidade. Mas, suas 37 pontes são igualmente peculiares. Cada uma delas é única, tem sua história e importância. Pont Neuf, Pont Alexandre III, Petit Pont, Pont Marie, Pont des Arts, Pont de la Concorde, Pont de L’Archevêché, Pont Tolbiac, Pont Bir-Hakeim, Pont Saint Louis, Pont Louis Philippe, Pont Notre Dame, Pont Royal, Pont de Bercy, Pont de L’Alma, Pont Saint Michel, Pont des Invalides, Pont du Carrousel, Pont D’Iéna, Pont D’Austerlitz, Pont de Sully, Pont D’Arcole, Pont Mirabeau, Pont de La Tournelle, Pont de Grenelle, Pont Au Change, Pont Au Double, Pont Charles de Gaulle, Pont Aval, Pont Garigliano, Passerrelle Debilly, Passerrelle Léopold-Sédar-Senghor, Passerrelle Simone de Beauvoir, entre outras, formam o “Complexo de pontes de Paris”.
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Durante estada na cidade da luz, pode-se conhecer algumas delas, a exemplo da Pont Neuf ou Ponte Nova, ironicamente a mais antiga da cidade. Seu nome foi dado para distingui-la das pontes que eram construídas no medievo junto às casas. A ponte tem duas partes distintas: cinco arcos que levam até a Île de La Cité e sete que juntam a margem esquerda(rive gauche) à margem direita(rive droit). No ponto que liga a Île de La Cité, pode-se notar a estátua equestre de Henrique IV.
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Outra ponte significativa para a cidade é a Pont Alexandre III, considerada a mais bela e símbolo da união entre a Rússia e a França, através da Aliança Franco-Russa em 1892. Adornada com estátuas de anjos e pégasos, também comporta quatro estátuas de ouro que encantam o olhar de quem as vê, especialmente aqueles que a percorrem dos Invalides ao Grand Palais e o Petit Palais, virando à direita no final da avenida Champs-Elisées.
A Petit Pont, por sua vez, apesar de ter estrutura edificada desde a Antiguidade, foi construída efetivamente em 1853, sendo a única que liga o Quarto Arrondissement à Île de La Cité. Ela é famosa por ter sido destruída por 13 vezes, desde sua primeira “construção” durante o período galo-romano.
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Outra das mais notáveis pontes de Paris é a Pont Marie, construída em 1605, para ajudar no fluxo do tráfego entre a Île Saint-Louis, o rive droit e o rive gauche. Diz a
lenda que se você beijar alguém, não importando quem ou qual o lugar beijado, se fizer um desejo, logo este será realizado.
Já a Pont des Arts é um dos mais requisitados pontos turísticos da cidade do amor. Essa “liga o deus das Artes ao deus das letras, o Musée Du Louvre ao Institut de France”, como explica a amiga Kalina Masset. A ponte é famosa pelos seus cadeados facilmente notados pelos visitantes. Conta-se que a cultura dos cadeados surgiu de um romance, em que um casal italiano colocava um cadeado nas grades de uma ponte, trancava-o e depois atirava a chave no rio, eternizando assim o seu amor.
Apesar do propósito poético da Pont des Arts, o governo francês reconhece que o costume pode causar riscos letais a população, uma vez que a ponte fica cada vez mais pesada à medida que mais e mais cadeados nela são inseridos.
*a artedd
Uma das pontes mais incríveis, pois cheia de significado histórico, é a Pont de La Concorde. Foi construída em 1791, com as pedras da demolição da Bastilha, a prisão política durante o período da Revolução Francesa.
A Pont de L’Alma guarda a curiosidade de haver sido o local onde Lady Di e seu marido ficaram observando as margens do Sena, antes das suas trágicas mortes em um túnel, abaixo da Place de L’Alma.
Pontes, edificações essenciais às cidades, guardam desde momentos banais até histórias de triunfos e tragédias. Mais que em outras cidades, as pontes de Paris são peculiares e essenciais para que os passeios dos visitantes se tornem roteiros memoráveis. Paris, a cidade das 37 pontes.