17/07/2013
Apesar de mortes dentro de aviões, ANAC não tem regras para atendimento médico em voos longos
[0] Comentários | Deixe seu comentário.A ANAC pensou nas crianças, nos deficientes físicos e até num elevador para transportar passageiros até os aviões, mas não pensou no mais importante: no socorro aos passageiros durante a viagem. Há pouco mais de um mês presenciei uma cena de cortar coração num voo de São Paulo para Nova York. Pouco mais de uma hora antes de pousar no destino final, e este era o destino mais próximo naquela hora - se tivesse outro mais próximo, certamente o avião teria descido - quando o comandante perguntou se havia algum "médico voluntário" presente. Tudo se passava lá atrás e nós estávamos bem na frente, portanto não podíamos entender o que acontecia, só que o movimento dos comissários ficou intenso. Um vai e vem, um levando desfibrilador... Já próximo do pouso a rádio-corredor informou que uma mulher, que já estava com a pressão baixa, havia tomado um 'Dramin' para cochilar, o remédio baixou ainda mais a pressão e há mais de uma hora ela estava desmaiada. Achei que poderia ter acontecido o pior por causa da cara dos comissários, e das respostas evasivas às nossas perguntas. Quando, finalmente, o avião pousou no aeroporto John Fritzgerard Kenedy, o aviso: ninguém poderia sequer se levantar porque um grupo de socorristas iria entrar no avião. Aí entraram os paramédicos com maca e outros objetos... Quase uma hora depois, saem pela porta da frente, e nós pudemos ver, um homem e um adolescentes...transtornados. A mulher desceu por trás. Perguntávamos aos comissários se ela havia saído viva do avião e eles diziam que não sabiam. Já no aeroporto, no desembarque da TAM, a resposta. A mulher saiu morta do avião. Tinha 37 anos e ia para NY com o marido e o filho. Faltou atendimento... Assim como a morte dentro da aeronave da TAM, muitos outros casos já devem ter acontecido. ANAC não pensou nisso.