15/10/2012
Mais de 40 anos depois...
[0] Comentários | Deixe seu comentário.A eleição de Isaías Cabral (PMDB) em Acari, teve um gostinho de resgate, para os mais de 4 mil eleitores que foram às urnas no domingo passado.
Há mais de 40 anos o município vinha sendo administrado por um mesmo grupo.
Que começou com Bigodão (Silvino Adonias Bezerra - Doutor Bezerra), passou por José Braz e seguiu para a fase dos médicos que chegaram a Acari e foram ganhando eleições e eleições, e comandaram a Prefeitura por uns 6 mandatos...
O engraçado é que há muito tempo já não fazem mais parte desse grupo, os herdeiros de Doutor Bezerra e os herdeiros de José Braz.
O poder passou, literalmente, para as mãos dos médicos, que além de parentescos distantes, não são naturais de Acari.
O atual prefeito, Antônio Carlos (PR), que não se reelegeu, é acariense.
Filho de acariense. Morador da cidade.
Mas, apesar de ser o prefeito, via a gestão ser levada pelas mãos dos ditos médicos, que o elegeram.
Pagou o preço de tentar representar para a cidade, que a Prefeitura não pertencia mais aos médicos, que o elegeram há 4 anos...e o deselegeram agora, vez que a população achou que a hora era de mudar.
Não o prefeito Tom, nascido e criado na cidade. Mas o sistema. O grupo.
E aconteceu o resgate de mais de 40 anos, quando deixou o poder o prefeito Geraldo Galvão e o vice Guttemberg Pereira de Britto, avô dessa blogueira.
A tomada do poder aconteceu exatamente na campanha onde, de vice, Guttemberg tentou se eleger prefeito.
O Cachimbão, como era conhecido, pelo hábito de fumar cachimbo, perdeu a eleição...e a história é essa contada acima.
A foto abaixo retrata um dos últimos momentos da campanha do Cachimbão.
Um comício em Gargalheiras, em 1968, com presença de Aluízio Alves.
Num jipe, Mendes Medeiros, pai da arquiteta Mézia Araújo Medeiros, bateu contra um caminhão...e morreu. Ele e mais 3 jovens, entre elas uma prima minha, do outro lado da família, e não do Cachimbão.
Livre da morte, Mário Sérgio, o filho mais velho do bacurau Mendes, vestia camisa igual à do pai.
Guardada a sete chaves pela mãe Zélia, que só agora, com o resgate do poder no município, tirou a camisa do armário.
Como um símbolo que ela fez questão de enviar ao Blog para mostrar...quem sabe, o fim de seu sofrimento.
Cara e jeito de quem lavou a alma...e resgatou a vitória perdida pela família há mais de 40 anos.
[caption id="attachment_53630" align="aligncenter" width="300" caption="Camisa guardada há mais de 40 anos..."][/caption]
[caption id="attachment_53631" align="aligncenter" width="300" caption="Da fumaça do cachimbo, o bordado tentou registrar o polegar do bacurau..."]
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