Micarla vai cobrar na Justiça dívida de 22 milhões do Governo com a Prefeitura

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A entrevista coletiva da prefeita Micarla de Sousa nesta sexta-feira pode-se dizer que foi um ponto final na já tão combalida relação da Prefeitura de Natal com o governo do Estado. Traduzindo: Micarla e Rosalba racharam, como se costuma dizer na política de tantos rachas e tantas reconciliações inexplicáveis como algumas que estão postas no cenário atual no Rio Grande do Norte. Depois de promessas de ajuda por parte da governadora, nas áreas de saúde e de obras públicas - tapa-buracos teria uma colaboração financeira do governo - a prefeita decidiu botar o governo na Justiça. E como declarou à imprensa, até a próxima semana denunciará o governo ao Ministério da Saúde e ao Conselho Nacional de Saúde. Micarla vai formalizar a denúncia justificando que 22 milhões de reais repassados pelo governo federal para a Prefeitura, entraram, mas não saíram da conta do Estado, que teria o papel de receber e repassar, como faz com outros municípios do Estado. Os débitos, segundo a prefeita e a secretária de Saúde Maria do Perpétuo Socorro, são referentes a recursos destinados ao Serviço Móvel de Atendimento as Urgências (SAMU), Assistência Farmacêutica Básica, e à manutenção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA Pajuçara). Segundo a prefeita, os recursos não estão sendo repassados desde 2008. O que significa que a governadora Rosalba vai ser cobrada pela sua dívida, pela dívida do ex-governador Iberê Ferreira de Souza e pela dívida da ex-governadora Wilma de Faria. Mas...como a cobrança é feita contra o Governo, e não contra seus governantes, sobrou para a atual gestora. Na entrevista, a prefeita explicou que os recursos são repassados pelo Ministério da Saúde para cobrir o atendimento de média complexidade que o município de Natal presta aos pacientes oriundos de outros municípios, que não possuem o serviço. E que, sem o repasse, Natal está arcando sozinho com o pagamento da média complexidade. Para manter o funcionamento desses serviços, é necessário remanejamento de recursos de outras áreas, principalmente da infraestrutura. De acordo com a secretária Perpétuo Nogueira, Natal também atende na baixa complexidade, pacientes de outros municípios, e por esse atendimento não recebe nenhum tipo de recurso. E explica que, como o atendimento de baixa complexidade é obrigação dos municípios, os demais municípios do Rio Grande do Norte saem no lucro, repassando a conta para a capital.