06/05/2012
Robinson diz que não nomearia cargo no TCE se assumisse o governo como interino
[0] Comentários | Deixe seu comentário.O vice-governador Robinson Faria garante: se, num possível afastamento da governadora Rosalba Ciarlini, ele chegasse a assumir o governo, jamais faria algo para provocar pessoalmente a governadora com quem rompeu politicamente. Eis os trechos da entrevista onde o vice sem mandato e sem prestígio fala sobre assumir o governo e sobre a possibilidade - distante - de se reaproximar de sua ex-companheira de chapa. TN - Com a hipótese de uma afastamento temporário da governadora como seria atuação do senhor? Robinson - Eu acho uma outra coisa absurda e isso demonstra porque o RN está caminhando para ser uma nau sem rumo. Não tem rumo político e nem administrativo. Infelizmente hoje o Estado é uma nau a deriva no meio do mar. A governadora é do DEM, que é um partido estigmatizado pelo PT da presidente da República, e mesmo com a pecha do DEM ela declina de um convite da presidente para ir a Índia com outros quatro governadores porque não queria passar o Governo para o vice. Existe uma ordem constitucional no Brasil. Eu sou vice-governador, eleito igual a ela. Eu não fui eleito bionicamente. Se ela me convidou para ser vice é porque eu tinha um capital político. Eu fui um vice que somei para ela, então que ela goste de mim eu não eu sou o substituto na ausência dela. É uma ordem constitucional que nem isso ela está tendo a capacidade de ler. Então ela recusou o convite da presidente e por ironia do destino surge uma segunda viagem, mais importante que a primeira, para Washington, onde ela estaria tratando de assuntos com o Banco Mundial, numa reunião presidida por Hillary Clinton, onde estava um colegiado de governadores e o único que não tinha o governador sentado na cadeira era o do RN. Ela não foi por conta dessa mentalidade mesquinha, uma cultura muito atrasada de dizer que não vai para não dar o gosto ao vice-governador. A perseguição a mim é maior que os interesses do RN. E o que eu fiz para merecer isso? O rompimento foi provocado por mim ou por eles? TN - Mas será que é só a questão de sentar na cadeira da governadoria? Tem um cargo vago no TCE, por exemplo. O senhor nomearia? Robinson - Claro que não. Eu sei separar. Eu apenas queria ser respeitado na minha interinidade, não ser desmoralizado porque eu também não ia assumir um Governo assinando um contrato para ficar lá como se fosse um boneco. Lógico que eu jamais iria cometer o oportunismo de dar um golpe nomeado um conselheiro do TCE na minha interinidade. Eu assumo publicamente minha palavra aqui. Não para assumir o Governo, mas porque ela é a titular. Eu não tenho o direito de nomear um conselheiro que é um cargo vitalício, quando a governadora eleita foi Rosalba. É lógico que tem algumas prerrogativas que eu jamais iria usurpar um direito que é dela. Foram dizer que eu ia dar canetadas e fazer medidas populistas, mas não. Eu tenho um nome a zelar. Tudo que eu fizesse eu teria o julgamento da população, dos órgãos de controle, da imprensa, do TCE, eu teria um julgamento popular depois. Eu jamais iria ser oportunista para isso. Eu nunca fui oportunista, se eu fosse teria sido vice-governador de Garibaldi em 2006 e não fui por lealdade a Wilma. TN - O senhor chegou a ser procurado para ser tratado sobre isso? Robinson - Nunca. TN - O senhor vê possibilidade de reaproximação? Robinson - Não vejo. De minha parte não há nenhum motivo para reaproximação. Eu admitiria uma convivência por ser vice-governador porque eu defendo o Estado. Mas eu não sou escutado em nada. O Governo me ignora como se eu não existisse. Eu não sou convidado nem para solenidade. Então eu sou um intruso. Esse Governo começou mal quando quebrou o mais sagrado na política, que é a coerência e a gratidão. TN - De que forma o senhor tem exercido suas funções de vice-governador após o rompimento? Robinson - Procurando fazer o máximo mesmo com os boicotes do Governo. Eu sou o primeiro na linha de sucessão. Eu recebo visitas de sindicatos, servidores, o segmento do turismo esteve aqui semana passada falar comigo. Eu estou à disposição do Governo. Não estou me oferecendo jamais para cumprir nenhuma função executiva do Governo, mas para colaborar eu estou pronto. Eu não renunciei ao cargo porque quem me deu o mandato foi o povo. TN - O senhor chegou a pensar em renunciar? Robinson - De forma alguma. Seria uma covardia muito grande de mim. Porque eu iria punir meu eleitor por vingança à Rosalba? Acho que isso era tudo que eles queriam.