06/07/2011
Nicolelis X Donoghue: quem vai levar o Nobel de Medicina?
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Candidato forte ao Prêmio Nobel de Medicina, e não de Neurociência como disse o Blog, o americano John Donoghue é mesmo a pedra no sapato do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que também quer um Nobel pra chamar de seu.
E a guerra entre os dois está decretada há tempos.
Num artigo não tão recente de Nicolelis, ele atacou Donoghue ao declarar que o americano "está mais preocupado com os lucros obtidos por sua empresa do que pelo benefício global ao paciente e à pesquisa".
Um texto, digamos...meio usado por aqui também. Não em relação ao americano, claro, que pouca gente sabe de quem se trata.
Como pouca gente também sabe de quem se trata o nosso Nicolelis.
Os dois são concorrentes - entre eles - ao ponto de serem citados sobre o mesmo assunto em uma reportagem da revista Superinteressante. Ainda de 1988...
Eis:
PLUGAR SEU CÉREBRO EM UM COMPUTADOR?
por Tiago Cordeiro
Sem dúvida. Iniciadas há mais de 30 anos, as pesquisas com dispositivos de leitura da mente estão avançando rapi-damente. Em 2002, o canadense Jens Naumann, que ficou cego aos 20 anos, começou a enxergar graças ao implante cerebral desenvolvido por William Dobelle, um cientista de Nova York especializado em criar órgãos artificiais. Dois anos depois, em 2004, o americano Matthew Nagle, que ficou paralítico por causa de uma briga com facas, recebeu um implante de 100 pequenos eletrodos na parte do córtex cerebral que controla os movimentos corporais. Com o aparelho, criado pela equipe do neurocientista John Donoghue, da Universidade Brown, nos EUA, Matthew se tornou capaz de controlar um cursor em uma tela de computador, abrir e-mails, ligar a televisão, jogar games e até mesmo movimentar um braço robótico. Agora, Donoghue está trabalhando em um sistema sem fio: o plano é conectar os eletrodos a uma placa de titânio implantada no cérebro.
No futuro, a relação entre cérebro e máquinas tende a melhorar. Sem recorrer a implantes, mas interpretando as informações do cérebro, novos equipamentos prometem aumentar nossa capacidade de cognição. A Microsoft está desenvolvendo o software Busy Body, que organiza melhor o trabalho – por exemplo, não avisando da chegada de e-mails irrelevantes que possam tirar sua atenção. Na área de implantes cerebrais, ainda não foi criado um jeito de aprender caratê via computador, como acontece no filme Matrix. Mas já é possível imaginar que implantes robóticos sejam incorporados como parte do nosso próprio corpo. De seu laboratório na Universidade Duke, nos EUA, o neurobiólogo brasileiro Miguel Nicolelis demonstrou que o cérebro de um macaco é capaz de assimilar um braço robótico como se fosse seu. Que tal implantar um terceiro braço?