04/07/2011
Flávio Azevedo rebate Paulo de Tarso: "Acusações beiram o ridículo"
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Presidente da Federação das Indústrias do RN, o engenheiro Flávio Azevedo não achou a menor graça na declaração do chefe da Casa Civil do governo, Paulo de tarso Fernandes, que em entrevista a´O Poti de ontem, disse que a Fiern atendia a interesses de outros estados, que era "caudatária da Confederação Nacional da Indústria – CNI" e acusou o presidente da instituição de fazer lobby junto à Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa para derrubar o Proimport, projeto de interesse do governo do Estado, rejeitado duas vezes pela CCJ.
No final da manhã, Flávio, ao lado do vice e futuro presidente da Fiern, Amaro Sales, recebeu a imprensa para rebater as declarações do advogado-secretário.
Márlio Forte
“As declarações do secretário são lastimáveis. Fui acusado de ser caudatário da CNI. Aliás, uma acusação beirando o ridículo porque tenta colocar a nossa FIERN numa posição de vassalagem em relação à Confederação Nacional da Indústria. Tenho a honra de ser o terceiro vice-presidente presidente da CNI e posso garantir que a Confederação representa os interesses das indústrias de todo o Brasil, e não somente do Sul e do Sudeste. O senhor Paulo de Tarso Fernandes acusa
injustamente todas as Federações do Norte e do Nordeste, que, inclusive, têm a maioria dos votos na CNI. A região Sul tem apenas três votos, o Sudeste quatro e o Centro-Oeste mais três votos. Dos vinte e sete representantes na Confederação Nacional da Indústria, o Nordeste tem nove e o Norte oito votos”, desabafou Azevedo.
Conversando com os jornalistas, o presidente da Fiern disse que o auxiliar mais próximo da governadora Rosalba Ciarlini merecia respostas tão contundentes quanto foram suas declarações.
“Lastimavelmente, os conceitos emitidos pelo secretário denotaram desconhecimento de causa e da própria Constituição, apesar de ser um advogado renomado e de notório saber jurídico. Com a responsabilidade inerente ao cargo que ocupa, ele não tem o direito de desconhecer fatos que são constitucionais. Citou que a FIERN se opunha ao desenvolvimento do Estado e que teria feito lobby contra o Proimport. Ora, fomos convidados pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, junto à Fecomércio, à Federação da Agricultura e à Federação dos Transportes, porque os deputados entenderam que deveriam ouvir as entidades representativas. As classes produtoras foram contra o projeto de
incentivo à importação, em qualquer lugar do mundo, é um atentado contra o próprio Estado”, justificou Flávio, afirmando que não é incentivando atividade
predatória de importação que o Rio Grande do Norte se desenvolverá.
“Depois que entram no país, os produtos importados, sobretudo da China,
inviabilizam a nossa produção, até por conta da carga tributária inominável e o dos altos juros provenientes do Custo-Brasil. O sistema de importação incentivada bloqueia a indústria nacional e só gera empregos no exterior. É um erro absolutamente infantil achar que o porto de Natal vai melhorar com importação. Nosso porto que não tem nem guindaste só vai melhorar com infraestrutura mínima e retro área capaz de armazenar contêineres. Aliás, o porto de Natal que tem vocação para operação porta-contêiner está servindo como mero atracador. Os argumentos do secretário nos deixam perplexos”, criticou Flávio Azevedo.
Lembrando outro trecho da entrevista do chefe da Casa Civil do governo, Paulo de Tarso Fernandes, onde ele disse que “a elite está sendo confrontada porque interesses fiscais indevidos foram cancelados”....Flávio respondeu, deixando claro que não deixaria uma linha sem resposta:
“Quanto à contrariedade das elites, confrontadas porque teriam privilégios abolidos, o secretário precisa explicar melhor porque são acusações gravíssimas, principalmente vindas de um advogado. Quando ele fala em vantagens fiscais indevidas está se referindo a programas de responsabilidade fiscal? Ou ‘interesses fiscais indevidos’ são atividades escusas? De um modo ou de outro está sendo incongruente porque de um lado reclama de incentivos fiscais e de outro defende o Proimport. Como as classes produtoras podem ter um rumo com essas declarações contraditórias? Como podem ficar tranqüilas quando o
Gabinete Cvil confunde despesa com dívida sob o ponto de vista fiscal? A lei proposta pelo governo estadual comete erro grave ao confundir dívida com despesa. É o samba do crioulo doido!”, respondeu o presidente da Fiern.