Agripino: a partir de hoje, o novo presidente nacional do DEM

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Da Folha de S. Paulo de hoje:

DEM TROCA DE COMANDO PARA TENTAR REVERTER SEU PIOR MOMENTO
Cerimônia, antecipada para tentar evitar saída de Kassab da legenda, custou R$ 10 mil e será para 200 convidados

NATUZA NERY
ANDREZA MATAIS
MARIA CLARA CABRAL

O oposicionista Democratas elege hoje seu novo comando em meio a uma das piores crises vividas pela legenda. Prestes a perder um de seus principais quadros, e sob risco de desaparecer do cenário nacional, o partido resolveu se assumir como de direita para se salvar.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vai deixar a legenda e engrossar a fileira governista levando insatisfeitos do DEM. Ele tem agenda em Brasília, mas não confirmou presença no evento.
Em 2007, o então PFL transformou-se em DEM justamente para aplacar a derrota em seus tradicionais redutos eleitorais e a perda de políticos para a base de apoio lulista. À época, definiu-se como "centro" e deu o comando da sigla aos jovens demistas, mas não conseguiu estancar a sangria.
Ao contrário, a legenda perdeu mais musculatura na última eleição nacional: viu diminuir bancadas no Congresso e reforçou sua condição de satélite do PSDB.
A preocupação com o resgate ideológico será afirmada pelo senador José Agripino (RN), 65, na primeira eleição da Executiva Nacional desde a refundação de três anos atrás. Ele substituirá Rodrigo Maia (RJ), 40, em uma cerimônia para cerca de 200 pessoas.
Foram gastos R$ 10 mil, metade do investido no ano passado quando o partido indicou o vice da chapa José Serra (PSDB) na disputa presidencial de 2010.

Agripino assume apostando na retomada de bandeiras liberais, na primeira eleição desde a refundação. "Somos o único partido verdadeiramente liberal no país. Precisamos reunir a militância em torno dessas ideias."
A inspiração vem dos EUA, onde a direita voltou a ocupar espaço por meio do "Tea Party", uma retomada das ideias conservadoras após a eleição do democrata Barack Obama. Mas, ao contrário do DEM, o movimento americano tem um nome projetado: Sarah Palin, candidata a vice de John McCain na sucessão presidencial de 2008.
Kassab era essa alternativa. Ele se tornou a única possibilidade de conquistar voo nacional após José Roberto Arruda, então governador do DF, ter sido alvejado por escândalo de corrupção.
A convenção deveria acontecer apenas no final deste ano, mas foi antecipada para tentar mantê-lo. A troca na presidência era a principal reivindicação do prefeito, desafeto de Rodrigo Maia.
Para recuperar fôlego e condições de crescer nas eleições municipais de 2012, Agripino pretende ampliar sua representação partidária em todos os municípios.

O atual retrato do DEM no Brasil: