10/01/2011
Motoristas de ônibus protestam contra assassinato de colega
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Quem circulou - ou tentou circular - de carro pelo centro de Natal, na manhã de hoje, enfrentou um verdadeiro caos e, para sair do imprensado, teve que fazer manobras perigosas na contramão.
Pela rua, quem andava a pé dizia que o protesto dos motoristas de transporte coletivo, que pararam uma quantidade enorme de ônibus, era por causa do aumento no valor da tarifa cobrada, que deveria passar de 2 reais para 2 reais e 30 centavos...
Mas, o protesto aconteceu mesmo contra a falta de segurança.
Motoristas, com aval do Sindicato dos Transportes, paralisou o trânsito no centro da cidade para protestar contra o assassinato do colega José Ferreira de Morais, de 47 anos, durante um assalto ocorrido no sábado aos passageiros do ônibus que ele dirigia, que fazia a linha 13-B da empresa Guanabara.
José Ferreira dirigia o ônibus que foi abordado por bandidos...e num gesto brusco, que não se sabe se seria reação ao assalto, foi brutalmente assassinado.
Os colegas protestaram hoje.
Protesto mais do que justo, mas, com endereço errado.
A paralisação dos ônibus, além de deixar parte da população sem transporte, impediu o tráfego de carros no centro da cidade.
Resultado: o povo foi penalizado pelo protesto que deveria ter um único endereço: o governo.
A falta de segurança não é culpa do povo, até porque esse mesmo povo, que foi impedido de ir e vir, também não tem segurança.
Então, se segurança é responsabilidade do governo, então nada mais justo que o protesto tivesse o governo como destino.
Em vez de parar ônibus no centro da cidade, fechar as portas dos órgãos do Centro Administrativo e impedir o funcionamento da máquina administrativa...a repercussão seria até maior do que a paralisação no centro.
O povo não tem como garantir segurança...o povo precisa de segurança.
Então, o protesto deveria ter como alvo os governantes, que têm a obrigação de garantir a segurança.
O povo acaba sendo vítima mais uma vez...como sempre.
Seja esse povo, motorista de ônibus, seja ele passageiro.
Ou apenas observador da cena...
Fotos: Wendell Jefferson