Depoimento de Lauro Maia é rápido, ele nega participação em esquema e silêncio do MP pode ser fatal

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O depoimento mais esperado do dia no Forum de Natal não trouxe nenhuma novidade, não causou polêmica, não mudou a posição do depoente.
Advogado, filho da ex-governadora Wilma de Faria, Lauro Maia foi apontado, durante as investigações, como o "mentor" da operação, montada dentro da Secretaria de Saúde, para desviar, através de contratos terceirizados de prestação de serviços, dinheiro do erário público.
Lauro negou a existência do esquema e solicitou ao juiz federal Mário Jambo, cópia das gravações onde a PF e o Ministério Público encontraram indícios do esquema.
Para Lauro, as gravações devem ser ouvidas pela defesa dos envolvidos.
O juiz questionou Lauro sobre uma planilha encontrada com nomes de empresas, valores a serem pagos e datas de pagamentos, mas, apesar da tal planilha ter sido encontrada em um computador pertencente a ele, o advogado negou, afirmando não ter conhecimento sobre o documento.
Aliás, negar foi a estratégia do filho da ex-governadora, durante todo o seu depoimento, que durou menos do que se esperava.
Até agora, o recorde de tempo foi o do depoimento do advogado Anderson Miguel, que jogou "flores" no ventilador, e ainda tentou negociar delação premiada.
Questionado sobre a relação com o ex-auxiliar do governo, João Henrique Lins Bahia, apontado nas investigações como responsável por arrecadar "propina" das empresas terceirizadas para entregar a Lauro, o advogado disse que apenas era amigo de João Henrique.
Lauro saiu da sala de depoimentos sem ser questionado pelo Ministério Público.
O silêncio do MP pode ter uma interpretação: as informações que eles já dispõem bastam para o julgamento final.
O que não é nada interessante para Lauro.