Violência policial no Frasqueirão não livrou nem a prefeita e os filhos pequenos

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Quase que eu atendia o convite de amigos abecedistas para estrear no Frasqueirão no jogo deste domingo.
Afinal de contas, o fato da partida só ter uma torcida, sem riscos de brigas entre alvinegros e alvirubros, coisa que eu temo horrores...até me animou a levar minha filha Maria Fernanda, abecedista de carteirinha, para entrar em campo com o time, etc, etc, etc...
Não sei se sexto ou sétimo sentido de mãe, logo cedo me deu uma falta de vontade danada de enfrentar um estádio lotado, apesar do conforto de um camarote oferecido para acompanhar a vitória do ABC.
Não fui.
Não me arrependi.
Apesar de ter sido uma partida de uma torcida só, a polícia apareceu.
Apareceu e baixou o cacete.
Ninguém entendeu nadica.
No estádio, presença do governador Iberê Ferreira de Souza, que estreava também a sua tchurma da segurança.
E a tchurma da segurança fez um gol contra o governador, que não deve ter achado a menor graça.
Afinal de contas, apostou numa nova equipe para rearrumar a pasta mais polêmica...e assiste, literalmente, de camarote, a um festival de despreparo.
De uma hora pra outra a polícia invadiu a ala da Gang Alvinegra, e tome porrada...
Até o Bope foi chamado para reforçar.
Na saída, que passava pela área onde tem um porão, via de pertinho, uma fila de torcedores – só do ABC – encostados na parece, muitos deles ensangüentados.
Por quê?
Ninguém soube explicar.
Nem a prefeita Micarla de Sousa e os filhos pequenos, Kalis (8) e Théo (6) se livraram...
Quando se dirigiam ao carro, policiais jogavam spray de pimenta...
A prefeita saiu correndo com os olhos vermelhos...os meninos chorando com a língua queimando, olhos ardendo...
O governador Iberê Ferreira não deve ter achado a menor graça...