30/06/2009
Erick Pereira diz que expressou sentimento do povo ao revelar saudade de Elle Gracie no STF
[0] Comentários | Deixe seu comentário.A eleição passou, mas o advogado Erick Pereira não para de ser questionado sobre sua luta na disputa pela vaga de advogado indicado pelo Senado, no Conselho Nacional de Justiça.
Tantos são os questionamentos que o Blog foi procurar Erick..
E nessa entrevista, ele fala sobre o que aprendeu com a disputa, que terminou por eleger para o cargo, o advogado Marcelo Neves, candidato do ministro presidente do STF, Gilmar Mendes.
Thaisa Galvão - Qual a lição que você tira dessa disputa por uma vaga no CNJ?
Erick Pereira - Deparei-me com um cenário nacional repleto de grandes e múltiplos interesses e uma mobilização muito forte do poder, em todas as esferas. A maior lição das derrotas é a maturidade, o aprofundamento do conhecimento da natureza humana. Mas, é imprescindível, até para os políticos que têm uma relação prolongada ou intensa com o poder, alimentar outros projetos que transcendam o jogo político e não se esgotem na contagem de votos.
Thaisa - A crise no Senado lhe prejudicou? Ou foi o ministro Gilmar Mendes?
Erick - Apesar do empenho e independência dos nossos senadores Garibaldi, Rosalba e, sobretudo, José Agripino, é de se constatar que a crise política e ética não se restringe ao Senado, e abrange o disfarce das intenções e a falta de comprometimento e respeito à palavra dada.
Quanto ao Ministro Gilmar Mendes, o processo demonstrou que não há uma unanimidade quanto aos métodos políticos de defesa de seus interesses, nem no âmbito da opinião pública e da imprensa, nem no Senado. Não foi, portanto, uma questão pessoal, isolada, embora admita que se tratou de uma disputa desigual e muito embaraçosa.
Thaisa - Você acha que o seu comentário sobre a saudade da gestão da Ministra Ellen Gracie afetou no resultado do pleito?
Erick - Penso que não, porque o comentário foi muito posterior às múltiplas ações do ministro Gilmar Mendes, dirigidas em prol do seu candidato. Eu apenas expressei o que muitos sentem, mas não tiveram oportunidade ou coragem de dizer.
Thaisa - Quais os próximos planos para esses dois anos? Você vai disputar de novo o CNJ?
Erick - Tenho outros planos para os dois próximos anos, a exemplo de me preparar para fazer o concurso de Livre Docência em Direito Constitucional pela USP e editar a tese do meu doutorado.
Quanto à disputa para o CNJ, considerando que os mandatos são bienais e que as derrotas não afetam minha persistência, aguardemos a nova gestão do Supremo Tribunal Federal que assume em abril do próximo, ano sob o comando do ministro Cesar Peluzo, que é um exemplo para o Brasil como pessoa e como magistrado.
Erick Pereira em Brasília, durante campanha para indicação de seu nome