26/05/2009
Depoimentos confirmam derrame de produtos na pia e envio de remédio vencido para hospital
[0] Comentários | Deixe seu comentário.A Comissão de vereadores que integra a CEI dos Medicamentos na Câmara Municipal, ouviu hoje seis pessoas.
A maioria que atuou na gestão do ex-prefeito Carlos Eduardo.
Eis um resumo dos depoimentos de cada um:
José Oswaldo – chefe do setor de patrimônio, um dos responsáveis pela sindicância interna feita pela atual gestão municipal.
-Confirmou que em alguns casos, as notas fiscais eram emitidas sem o recebimento dos remédios.
Adriano de Lima, almoxarife do galpão dos remédios:
-Disse que era contratado terceirizado pela empresa Solares, e que, dos 14 almoxarifes contratados pela firma, era o único que tinha curso específico e experiência na área.
-Disse que era orientado a fazer derrame de remédios no esgoto, tendo despejado 500 frascos de Metanizadol, além de psicotrópicos, num dos banheiros do depósito de remédios da Secretaria de Saúde.
-Negou recebimento de medicamentos prestes a vencer.
-Confirmou que a Covisa esteve no local em 2008 e constatou problemas como mau acondicionamento de remédios, goteiras e a temperatura totalmente inadequada, mas que nada foi feito. “A temperatura de lá realmente é abominável para qualquer ser humano”, reforçou.
-Declarou que houve transferência do medicamento Azitromicina vencido para o Hospital dos Pescadores.
José Pergentino de Assis – almoxarife:
-Confirmou a transferência de Azitromicina vencida para o Hospital dos Pescadores.
-Confirmou que 500 frascos de Metanizadol foram descartados por ordem do superior Fábio Brenannd, descrito como autoritário. “Nós trabalhávamos sob intensa pressão de Brenannd, que impunha sua autoridade e constantemente ameaçava nos demitir”, denunciou.
-Confirmou recebimento de medicamentos próximos do prazo de validade, compras de remédios desnecessariamente e o descarte de 13 caminhões baús pela Marquise.
-Falou várias vezes das condições desumanas de trabalho.
-Disse que nunca denunciou porque se achou sem competência para fazê-lo, lembrando que a Covisa fez esse trabalho: “A Covisa foi lá e constatou tudo”.
Maria da Conceição Marinho – ex-chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde e posteriormente chefe do setor de Finanças, na gestão anterior:
-Disse que as notas fiscais - idôneas - eram assinadas pela secretária Aparecida França. -Falou sobre a decisão da Secretaria de aumentar o valor dos contratos das empresas, que os contratos eram reajustados anualmente passando por todos os trâmites legais para serem aprovados ou não.
Daniel Araújo - Farmacêutico concursado que trabalhava no setor de Abastecimento Médico-Hospitalar (Samol):
-Disse que não recebia medicamentos prestes a vencer. “Fazíamos o contato com a empresa e encaminhávamos de volta”.
-Disse que achava natural a cobrança pelo chefe do setor.
Flaviana Costa de Souza - contadora, foi chefe do setor de compras em setembro de 2005, depois foi para o setor financeiro, e em seguida para o setor de transportes, onde ficou até outubro do ano passado.
-Assegurou não ter presenciado nenhuma irregularidade no tempo em que esteve na Secretaria.