29/06/2008
A deputada Fátima Bezerra não merecia tal vexame
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Escrevi ontem sobre o assunto, e volto a falar hoje.
A deputada Fátima Bezerra (PT) não merecia passar pelo vexame que fizeram que ela passasse ontem.
Fátima é uma deputada federal, com um mandato comprometido com a cidade como sempre demonstrou, e foi escolhida candidata à prefeita de Natal quando nem pensava mais em entrar na disputa.
Retirou seu nome ainda nas discussões internas do PT, lançou Virgínia Ferreira no seu lugar, e sequer se inscreveu como pré-candidata para disputar uma prévia com o deputado Mineiro, que já estava inscrito.
Fátima entrou no contexto da sucessão trazida por uma aliança formada, em primeiro lugar, pelo prefeito Carlos Eduardo, com adesão do senador Garibaldi Filho, do deputado Henrique Alves, e finalmente, da governadora Wilma de Faria.
Virou candidata de uma hora pra outra, com apoio dos maiores líderes políticos do Estado, e bênção do presidente Lula.
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Só para lembrar...
No fechamento da aliança, coube ao PSB indicar o vice.
E de lá para cá surgiram nomes como Cláudio Porpino, Gustavo Carvalho, Damião Pita e Fabian Saraiva.
Damião e Fabian não se desincompatibilizaram em tempo, dos cargos que ocupam, um na Prefeitura e outro no governo.
Restaram Cláudio e Gustavo.
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Mas aí veio uma etapa do processo que a deputada Fátima Bezerra jamais gostaria de ter vivido.
A sugestão para que ela retirasse o nome da disputa, sob alegação que a candidatura não estava empolgando.
Que as dificuldades seriam maiores que a densidade eleitoral.
Fátima resistiu. Mas sabendo que o episódio havia enfraquecido o projeto dos grandes líderes, que tinha nela a estrela principal, sendo transformada em vítima.
Quem foi o primeiro a dizer que Fátima deveria ser substituída na chapa pelo deputado João Maia, ninguém ousa revelar.
Mas coube ao corajoso senador Garibaldi Filho o papel de conversar com Fátima.
O que fez explodir uma nova crise.
A da confiança.
Tornou-se latente a desconfiança do wilmismo em relação ao envolvimento de Garibaldi na campanha.
Para uns, o presidente do Senado, que havia articulado a candidatura do PT sozinho com o prefeito Carlos Eduardo, estaria jogando a toalha...
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E começa a última e decisiva etapa do processo de levar a deputada Fátima Bezerra à convenção que homologaria sua candidatura à prefeita de Natal.
O vice.
Um nome que teve meses para ser definido, mas que chegou à hora da convenção sem que ninguém, nem mesmo a candidata, soubesse quem seria.
E depois de uma crise onde se cogitou substituir a candidata, quem se arriscaria?
E o PSB, de uma hora pra outra, definiu que a partir de ali, caberia ao PMDB indicar o vice.
Num momento em que a convenção já acontecia no Palácio dos Esportes.
A intenção do wilmismo era comprometer o senador Garibaldi Filho, que apesar de declarar que continuaria apoiando a candidatura de Fátima, não teve o crédito suficiente para fazer o PSB apostar no seu envolvimento com a candidatura de Fátima.
Mas Garibaldi conseguiu. Com o poder de convencimento do deputado Henrique Alves, fez o professor Luiz Eduardo Carneiro aceitar o segundo convite do dia.
O primeiro ele disse não.
Como disse não o deputado Walter Alves, que a governadora Wilma de Faria queria ver como vice de Fátima.
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Volto a dizer.
A deputada Fátima Bezerra não merecia isso.
Não procurou isso.
Tem trabalhado ferozmente em busca de apoios.
Vai para a disputa com um vice conhecido pelo trabalho que já realizou pela Educação do Estado, mas com a marca de ser um vice derrotado na última eleição municipal, quando compôs a chapa com o candidato a prefeito Luiz Almir.
Mas 2004 foi 2004...
Estamos em uma nova eleição, e cabe à candidata e aos seus apoiadores de peso, apagar da memória dos eleitores tudo isso aí que eu acabei de escrever.
E fazer com que eles entendam que Fátima é uma boa candidata, e tem, de verdade, o apoio do presidente Lula, do senador Garibaldi Filho, do prefeito Carlos Eduardo, do deputado Henrique Alves e da governadora Wilma de Faria.